IV FÓRUM METROPOLITANO
Fórum Metropolitano discutirá o lixo urbano
Na próxima quinta-feira, 2 de julho, representantes dos 34 municípios que compõem a Região Metropolitana de Belo Horizonte estarão reunidos na cidade de Betim para a Quarto Encontro Temático do Fórum Metropolitano da RMBH.
quarta-feira, 24 Junho, 2009 - 00:00

Na próxima quinta-feira, 2 de julho, representantes dos 34 municípios que compõem a Região Metropolitana de Belo Horizonte estarão reunidos na cidade de Betim para a Quarto Encontro Temático do Fórum Metropolitano da RMBH.
Desta vez, o tema central é a destinação final de resíduos sólidos na região metropolitana. Os debatedores irão conhecer o diagnóstico atual e as perspectivas futuras da destinação final de resíduos sólidos da Região Metropolitana de Belo Horizonte, com foco nas implicações de ordem ambiental e refletir sobre os problemas e desafios do tema, buscando alternativas e ações efetivas com atenção especial para as iniciativas consorciadas de municípios.
Um preâmbulo da discussão da próxima semana aconteceu na quinta-feira, 25 de junho, durante um debate sobre o assunto na TV Câmara. Participaram a presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereadora Luzia Ferreira (PPS), a subsecretária de Desenvolvimento Metropolitano da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (SEDRU), Maria Madalena Franco Garcia, o diretor-geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana, José Oswaldo Lasmar, e o vereador Wagner Rosa (PSC), da Câmara Municipal de Betim.
Segundo a presidente da CMBH, a discussão sobre o destino final do lixo urbano é um debate necessário e urgente já que representa um dos grandes desafios de qualquer cidade do mundo e BH não pode adiar mais essa discussão, “nosso aterro sanitário está esgotado e a cidade não tem mais áreas disponíveis para atender a essa demanda da população. Então precisamos discutir e encontrar uma solução que atenda ao conjunto dos 4 milhões de habitantes que vivem na RMBH dentro de uma perspectiva de política pública integrada metropolitanamente”, afirmou.
Por outro lado, a vereadora defendeu a necessidade de mudança de comportamento da sociedade, que é muito consumista e com isso produz, também, muito lixo. “É necessário um novo modelo de sociedade, com cidadãos mais responsáveis e compromissados com o futuro do planeta”, disse, lembrando que na Câmara Municipal de Belo Horizonte existem mais de uma centena de projetos relacionados ao meio ambiente, entre eles propostas que prevêem a utilização de novas matérias na construção civil, como uso de telhas e tijolos ecológicos, o aproveitamento de pneus usados na produção de massa asfáltica, e até mesmo um que já virou lei e que proíbe o uso de sacolas e sacos plásticos no comércio da capital.
Maria Madalena Franco Garcia reforçou a tese de que é preciso pensar um aterro sanitário de maneira consorciada. “A cidade de Esmeraldas não pode, por exemplo, receber o lixo de Belo Horizonte e se esquecer da destinação do lixo urbano que ela mesma produz”, alertou. “Temos a coleta seletiva, a reciclagem do lixo, a redução de custos. Tudo isso deve ser trabalhado dentro da ótica de geração de emprego e renda”, acrescentou.
Com relação às novas tecnologias, a subsecretária de Desenvolvimento Metropolitano da SEDRU lembrou que é preciso desenvolver tecnologias de acordo com o que se tem aqui. “Não acredito que importar tecnologia da Europa vai nos ajudar. O nosso lixo é mais úmido que o deles e precisamos trabalhar de acordo com a nossa realidade”.
Ainda de acordo com Maria Madalena, a grande dificuldade da destinação e tratamento do lixo urbano é a distância entre os municípios e a questão da conscientização do cidadão. “É preciso mostrar ao cidadão que ao gerar o resíduo ele deve cuidar deste resíduo. O comportamento está mudando, mas ainda não conseguimos o resultado desejado”, explicou.
José Oswaldo Lasmar também defendeu mudanças de conduta. “É uma questão de educação ambiental e de mudança do padrão de comportamento”. Para o diretor da Agência Metropolitana, o aterro sanitário por si só não resolve o problema do lixo urbano. “Sem novas tecnologias de reaproveitamento do lixo que possibilitem alternativas, seja na geração de energia, de insumos orgânicos, adubos, não vamos avançar porque o cidadão pensa que quando coloca o lixo na porta da casa acabou o problema e, na verdade, é ali que ele está começando”, enfatizou o professor.
O Fórum Metropolitano é uma iniciativa da Câmara Municipal de Belo Horizonte, que desde 2007 propõe a realização de encontros itinerantes nos municípios da RMBH com objetivo de discutir e propor soluções para as questões metropolitanas. “É o momento da troca de experiências, de universalizar informações, de se buscar parcerias”, destacou Luzia Ferreira.
O Quarto Encontro Temático do Fórum Metropolitano é aberto à participação do público. Informações podem ser obtidas no site da CMBH (www. cmbh.mg.gov.br).
Informações na Superintendência de comunicação Institucional (3555-1105/1445).