FESTAS E DROGAS

Audiência pública sobre festas raves mobiliza jovens e autoridades

Audiência pública para discutir projeto que proibe festas raves em BH Jovens lotaram o plenário Helvécio Arantes, na manhã de hoje, 13 de dezembro, para acompanhar a audiência pública que discutiu o projeto 1.543/07, de autoria do vereador Elias Mur
quarta-feira, 12 Dezembro, 2007 - 22:00
Audiência pública para discutir projeto que proibe festas raves em BH Jovens lotaram o plenário Helvécio Arantes, na manhã de hoje, 13 de dezembro, para acompanhar a audiência pública que discutiu o projeto 1.543/07, de autoria do vereador Elias Murad (PSDB), que propõe a extinção das festas raves na capital. “Apresentei o projeto porque tenho recebido inúmeros e-mails de pais reclamando. Eles dizem que essas festas incentivam o uso de drogas. Os jornais também mostram que nas raves há consumo de anfetaminas ou drogas sintéticas, como ecstasy e LSD”, ressaltou o parlamentar.

Elias Murad lembrou que a intenção não é radicalizar. “Convoquei a audiência para discutir o projeto e, se necessário, fazer ajustes. O que queremos é evitar tantas mortes, como acontecem nesse tipo de evento”, ponderou.

Profissionalizar

Leonardo Ziller, que é produtor de festas raves, criticou a proposta de proibição, mas defendeu a necessidade de regulamentação para esse tipo de evento com o objetivo de profissionalizar o setor. “A fiscalização feita pelas polícias Militar e Civil e Juizado de Menores, como já acontece nas festas promovidas por pessoas sérias, é bem-vinda e só traz benefícios”, lembrou.

O capitão do Corpo de Bombeiros, Eduardo Chagas Ribeiro, lembrou que já existe uma regulamentação para os eventos, mas que não é obedecida: a lei estadual 14.130/01 e a instrução normativa 33. Elas exigem que os produtores de festas apresentem projetos de prevenção contra incêndios, de segurança e de atendimento médicos, entre outros, com um mínimo de 10 dias de antecedência. “Mas, infelizmente, essas normas não são cumpridas pelos promotores dos chamados eventos temporários”, advertiu.

Ainda, segundo o capitão, o que preocupa é o que acontece depois das raves. “O abuso do álcool é um risco na volta para casa, provocando, quase sempre, acidentes de carro”, alertou.

Cultura
 
O ex-vereador Léo Burguês exibiu um vídeo de 3 minutos, onde mostrou os bastidores de uma festa rave realizada de acordo com o que determina a lei, com a presença do Corpo de Bombeiros, de uma delegacia de Polícia Civil, Juizado de Menores e responsáveis pelo palco, tendas e atendimento médico.

“Quem promove essas festas são pessoas sérias, comprometidas com a segurança dos participantes. A música eletrônica é uma manifestação cultural da juventude e a proibição não vai inibir esse tipo de evento”, constatou Léo Burguês.

O presidente do Conselho Estadual Antidrogas, Aloísio Andrade, elogiou a iniciativa do vereador Elias Murad, destacando que a intenção do parlamentar não é de proibir os eventos, mas de contribuir para o debate. “O importante é estabelecer limites. Não é a rave que induz ao consumo de drogas, mas em um ambiente coletivo, com música, a produção de endorfinas e outras substâncias endógenas do corpo humano é estimulada. Vamos nos divertir, ter alegria, mas sem perder a noção de limite”,aconselhou.

Manifestação cultural

O secretário adjunto Estadual Antidrogas, Clóvis Benevides, disse que a regulamentação vai garantir um mínimo de infra-estrutura para a realização dessas festas. “Os eventos profissionais, que já têm uma regulamentação própria, poderão servir de base para as festas raves e outros tipos de eventos temporários. A música eletrônica é uma marca da nossa época, é um som contemporâneo, da juventude, e não podemos proibir este tipo de manifestação cultural”, lembrou.

Também participaram da audiência o representante da Vigilância Sanitária, Pedro Campos; o delegado da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes, Euler Costa da Cruz; o representante da Associação Brasileira dos Produtores de Eventos, Lúcio Costa; o presidente do Conselho Municipal Antidrogas, Antero Drumond; o deputado estadual Carlinhos Moura (PCdo B); e o vereador Fred Costa (PHS).

Informações no gabinete do vereador Elias Murad (3555-1301/1302)