Câmara implanta programa de Responsabilidade AmbientalO meio ambiente afeta a todos e por isso exige o envolvimento e compromisso de cada cidadão. O homem também precisa de atos simbólicos para mudar a história e é isso que estamos fazendo nesse momento,

O programa terá um Conselho Gestor, responsável pela execução e fiscalização das atividades, composto pelos vereadores Luzia Ferreira (PPS), Anselmo José Domingos (PTC), corregedor da Casa, além dos servidores Eymard Bento Júnior, da Diretoria de Administração e Finanças, Consuelo Fróes Torrent, da área de Assistência Social e Maurício Leite de Moura e Silva, do setor de Consultoria Urbanística.

Paralelo à criação do programa, o presidente Totó Teixeira disponibilizou o espaço da Câmara para visitação à exposição de esculturas do artista plástico Leandro Gabriel, denominada “½ Ambiente”. A exposição faz parte das comemorações do dia Internacional do Meio Ambiente e tem o apoio de várias empresas. São dez esculturas que compõem a mostra e sugerem um diálogo entre a obra de arte, o observador e suas histórias, tendo como pano de fundo as engrenagens do progresso urbano. 

A data escolhida para a efetivação do programa foi o dia 5 de junho, quando se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente. O presidente da Câmara enumerou os três principais focos de atuação da proposta:

“Vamos substituir o papel branco pelo papel reciclado, implantar a coleta seletiva do lixo orgânico e não orgânico e, para isto, estamos  firmando uma  parceria com a Asmare (Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável) para que todo o material reciclável, produzido  pela  CMBH, seja repassado  à associação”, lembrou Totó Teixeira.

O presidente da Câmara ressaltou que depois a entidade poderá usar o espaço da Casa para expor os trabalhos feitos com esse material. Lembrou, ainda, que será realizada uma campanha pedagógica permanente de conscientização ambiental, divulgada por meio do site da Câmara Municipal.

O procurador-geral da CMBH, Frederico Arrieiro, disse que o convênio será assinado ainda este mês. “Faltam apenas pequenos ajustes como a implantação da comissão responsável pelo programa, mas esperamos que a parceria seja firmada em breve.” Também está prevista na proposta que a Câmara repassará à Asmare o material e a associação fará palestras e exposições sobre reciclagem.

A proposta de criação de um programa voltado para a conscientização ambiental e pelo uso racional de recursos finitos, foi uma iniciativa dos vereadores Luzia Ferreira e Anselmo José Domingos.    Preocupada com a quantidade de material descartável e conseqüente produção de lixo, Luzia Ferreira sugeriu o fim do uso de material plástico nos gabinetes. Ela lembrou que há cerca de dez anos, a Câmara Municipal tinha aprovado uma lei que previa a utilização do papel reciclado em substituição ao papel branco. “Mas, infelizmente, ela ficou esquecida e somente passou a ser adotada pela Prefeitura”.

Já o vereador Anselmo José Domingos sugeriu a implantação da coleta seletiva do lixo na CMBH. A partir daí, a idéia evoluiu e criou-se o consenso da necessidade de se criar um programa ambiental na Casa, efetivado com o Programa de Responsabilidade Fiscal.

Contribuição

Luzia Ferreira lembrou que a Câmara sempre aprovou leis e dispositivos voltados para a responsabilidade ambiental para terceiros, quer seja no que diz respeito à utilização da água, da energia e preservação de reservas. “Temos que fazer a nossa parte e agora estamos oferecendo uma agenda positiva à sociedade.”

Para mudar a cultura do desperdício, os vereadores contam com uma  parceria importante: os servidores do Legislativo Municipal. São mil funcionários que poderão trabalhar como multiplicadores junto aos familiares e amigos, divulgando a proposta do consumo racional.

Anselmo Domingos disse estar satisfeito porque a idéia da coleta seletiva acabou se transformando em uma proposta mais ampla. “Um Programa de Responsabilidade Ambiental é uma parcela de contribuição ao processo mundial de preservação da natureza”.

No entanto, o vereador ressaltou que na capital a coleta seletiva do lixo está muito atrasada. Apenas 10% é coletado separadamente e mesmo  após a reestruturação do setor, prevista pelo Executivo, não será possível chegar a 20% do total do lixo coletado  seletivamente.

Escultura de material reciclado, com 7 metros de altura, diâmetro de 2,20 metros e pesando mais de 2.500 quilos, está exposta no Espaço de Convivência Antônio Aleixo, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente. A exposição “1/2 Ambiente” foi aberta ao público, hoje, às 10 horas. O escultor Leandro Gabriel atendeu ao convite do presidente da Casa, vereador Totó Teixeira(PR).

A obra de arte foi construída com chapas de aço e sucata de ferro. De acordo com o escultor, ele trabalha somente com material reciclado. “Utilizando material que já foi usado, estou passando a mensagem da reciclagem e da preservação ambiental. E como estamos na semana do Meio Ambiente acredito que minha obra cumpre o papel não só estético, mas também social”, afirmou.

Leandro Gabriel explicou que embora a escultura possa lembrar uma árvore estilizada, ele não trabalha temas específicos e prefere deixar a imaginação fluir sem muita rigidez. A escultura ficará exposta durante pelo menos três meses.

Outras dez esculturas feitas por Leandro Gabriel ficarão expostas em vários locais no interior da Câmara Municipal. A exposição permanecerá até o dia 25 de junho e poderá ser visitada de segunda à sexta-feira, das 8 às 18 horas.

O documentário “Uma Verdade Inconveniente”, que trata das causas e efeitos do aquecimento global no planeta, foi exibido na Câmara Municipal, no Plenário JK, dia 4 de junho, marcando o início das comemorações da Semana do Meio Ambiente.   

Produzido pelo político norte-americano Al Gore, que já foi deputado, senador e vice-presidente por dois mandatos, o documentário traz informações sobre o chamado efeito estufa e as conseqüências para o meio ambiente.

Al Gore reforça a necessidade de mudanças de comportamento, não só das pessoas, que devem rever os hábitos de consumo, mas também e, sobretudo, dos países desenvolvidos e industrializados, responsáveis diretos pela alta carga de poluição que destrói a camada de ozônio, acelerando o processo do efeito estufa.

Com uma hora e meia de duração, o filme foi assistido por vereadores, pelo vice-prefeito de Belo Horizonte, Ronaldo Vasconcellos (PV), servidores da Casa, representantes de ONG’s e de entidades de classe.

A idéia de exibir o documentário foi do vereador Anselmo José Domingos (PTC), corregedor da Casa e membro da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana.

“É fundamental levar mais informação sobre esse grave problema e divulgar o perigo que ameaça o planeta, pois só assim vamos conseguir o compromisso e envolvimento de cada cidadão”, afirmou o vereador.

Ele lembrou que o poder público deve promover parcerias com os movimentos sociais e trazer essa discussão para o espaço do Legislativo Municipal para ampliar o debate e buscar soluções.

Ronaldo Vasconcellos lembrou que o aquecimento global não é um fato distante de nós, uma “preocupação apenas da Organização das Nações Unidas (ONU)”. Membro do recém-criado Comitê Municipal de Mudanças Climáticas e Ecoeficiência, ele disse que o meio ambiente é uma questão global, que diz respeito a todos.

“Existe uma relação direta entre aquecimento global e a cidade em que vivemos. Esse filme é um alerta importante que traz informações e ajuda na tomada de posição e na conscientização sobre o problema”, ressaltou.