LIXO URBANO

Audiência pública discute a destinação do lixo urbano

Discutir o uso do lixo urbano como combustível para geração de energia, bem como parcerias, licenciamento, destinação e utilização dos produtos resultantes do processo de tratamento térmico dos resíduos sólidos no município de Belo Horizonte.  Esse foi o  objetivo de uma audiência pública, realizada no dia 18 de junho pela Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana da Câmara Municipal, a pedido do vereador Léo Burguês de Castro  (PSDB).

domingo, 21 Junho, 2009 - 21:00
“Queremos debater propostas para melhorar o aproveitamento do lixo produzido e descartado em Belo Horizonte, como alternativa ao aterro sanitário”, explicou o     parlamentar.
O superintendente da SLU, Luiz Gustavo Fortini Martins Teixeira, que representou também os secretários municipais de Políticas Urbanas, Murilo de Campos Valadares, e de Meio Ambiente, Ronaldo Vasconcellos Novais, explicou que em razão do esgotamento da capacidade do aterro sanitário  da BR- 040, a  construção de novo aterro sanitário está em fase de licitação.

 

Segundo Fortini, a Prefeitura de Belo Horizonte mantém convênio, com duração de 25 anos, com o aterro sanitário de Macaúbas, em Sabará, para onde são enviadas diariamente  37 toneladas de resíduos sólidos, “mas a  PBH está estudando a destinação final do lixo coletado  na capital. É  um estudo que implica a definição dos processos de coleta e destinação”, explicou. “Paralelamente estamos colocando em prática uma proposta de coleta seletiva, para a separação do lixo, pois a partir  dos resultados dessa coleta é que a PBH poderá definir a destinação dos resíduos, as formas de processamento e os custos envolvidos nesse procedimento”, acrescentou.

 

O secretário-executivo do Fórum Mineiro de Mudanças Climáticas, Milton Nogueira da Silva, interferiu dizendo que é  urgente que se resolvam  os problemas de tratamento de resíduos sólidos, “não somente em Belo Horizonte mas no mundo todo. Precisamos acelerar as decisões que são de interesse público”.

Em agosto, o Fórum realizará em Belo Horizonte uma conferência mundial sobre as mudanças climáticas e as posições políticas que cidadãos e poder público devem assumir em relação ao problema.

Henrique Saraiva, diretor-presidente da Usina Verde S.A., que opera na Ilha do Fundão, no Rio de janeiro, onde fica a Cidade Universitária, mostrou aos participantes da audiência como funciona o sistema de tratamento dos resíduos desde a coleta até a destinação final.

Segundo Saraiva, em lugar dos catadores, existe uma cooperativa para separar o que é reciclável. Os resíduos são incinerados em fornos com temperaturas em torno dos 950 graus centígrados. A queima gera gases que produzem energia, que é utilizada no funcionamento do próprio sistema e que também pode ser destinada para uso da comunidade.

Um módulo que trata diariamente 150 toneladas de lixo fornece energia para 14 mil residências e as cinzas que resultam do processo são transformadas em tijolos que são empregados na construção civil.  Cada 150 toneladas de lixo produzem 1,5 mil tijolos.

No final da audiência foi definida a criação de um grupo de trabalho com a participação de vereadores, técnicos da SLU, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e de outras instituições, com o objetivo de conhecer a tecnologia disponível no Brasil para diminuir o risco ambiental provocado pelos lixões e aterros.

“Nós queremos fazer uma visita técnica à Usina Verde para ver como é esse processo de transformação do lixo em energia. Também vamos pedir à Prefeitura de BH que nos informe sobre os custos com o processamento do lixo na cidade, desde a varredura até a destinação dos resíduos sólidos, e sobre os motivos que a levaram a celebração de um convênio com o aterro sanitário de Macaúbas por 25 anos”, esclareceu o vereador Léo Burguês.

Compareceram também à audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, os vereadores Leonardo Mattos (PV) e Elaine Matozinhos (PTB). 

Informações na Superintendência de Comunicação Institucional (3555-1105/3555-1445).