Reclamações e sugestões sobre o BRT/Move serão encaminhadas à BHTrans

Atrasos, filas, desorganização, superlotação e desrespeito a pontos de parada foram algumas das reclamações de usuários do sistema BRT/Move relatadas em audiência pública da Comissão de Legislação e Justiça, nesta quarta-feira (13/8). Demandas e sugestões colhidas durante o encontro serão encaminhadas à BHTrans, que garantiu que o sistema ainda deverá sofrer ajustes para contornar as falhas e dificuldades apontadas.

As reclamações sobre o novo sistema, relatadas pela comissão e por usuários presentes à audiência, referem-se especialmente às longas filas para embarque, deficiências de acesso, sinalização e orientação aos passageiros nas estações, a inadequação de itinerários, a supressão de linhas convencionais e as baldeações, que teriam aumentado o tempo das viagens, além da superlotação dos coletivos, o descumprimento de horários e o desrespeito a pontos de parada por parte de alguns motoristas.

Segundo o requerente da audiência, que é integrante da comissão, diante das inúmeras reclamações reportadas diretamente à Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S/A (BHTrans), por e-mail ou telefone, o resultado de pesquisas de satisfação dos usuários e a tematização da questão na imprensa vêm mostrando claramente à administração municipal a insatisfação da população, há muitos meses. Segundo ele, é preciso que a Prefeitura se posicione de forma mais clara e tome medidas concretas diante da questão.

Usuário do sistema, o vigia José Rodrigues Gonçalves, morador do Barreiro, afirmou que já enviou diversas cartas e ligou várias vezes para a BHTrans para registrar denúncias e sugestões, sendo repetidamente informado de que ações e medidas em relação aos problemas estão “em estudo”. Reforçando as palavras do concidadão, o assessor Saul Carvalho ressaltou a necessidade de mais diálogo entre o poder público e a população, que conhece e vivencia de perto as deficiências do sistema.

Obstáculos e ajustes

Representando a Prefeitura de Belo Horizonte e a BHTrans, o assessor da presidência e o gerente de Gestão do BRT da empresa, Totó Teixeira e Artur José de Abreu, asseguraram que a situação vem sendo acompanhada de perto pelo poder público. Segundo eles, apesar de implantado há apenas cinco meses, o sistema conta com 400 veículos, 1.200 motoristas e circula 45 mil quilômetros por dia, transportando diariamente cerca de 450 mil pessoas. Abreu lembrou ainda que é preciso distinguir o Move da capital do Move metropolitano, gerido pelo governo do estado, ao qual muitas das queixas se referem, e as ocorrências atípicas como a Copa do Mundo e o desabamento do viaduto, que adiaram a correta avaliação e ajustes no sistema.

A BHTrans afirmou ainda que está prevista a ampliação do número de câmeras e de funcionários da Central de Monitoramento, que acompanha em tempo real todo o funcionamento do sistema. Segundo ele, é preciso treinar e qualificar tanto o corpo técnico da central quanto os motoristas dos coletivos, com vistas a reduzir casos de desrespeito às regras ou aos usuários.  Com relação às reclamações sobre o acesso e a desorganização nas principais estações, bem como a inadequação de certos trechos dos itinerários, o gerente garantiu que, com o tempo e a conclusão de todas as etapas e corredores previstos para o sistema, esses aspectos deverão ser minimizados.

Rejeitando as críticas feitas à empresa, Totó Teixeira, ex-vereador e ex-presidente da Casa, destacou a importância da discussão e a função do Legislativo de atuar como “caixa de ressonância” da sociedade. Reafirmando a competência e o compromisso da BHTrans com a população de Belo Horizonte, Teixeira disse ainda que o sistema Move ainda não é o ideal para a cidade, e que não concorre com o metrô, que segundo ele teria sido inviabilizado pela “teimosia” de administrações anteriores do órgão.

Encaminhamentos

Como resultado da reunião, a comissão anunciou que irá encaminhar oficialmente à BHTrans as principais reivindicações apresentadas, solicitando a adoção de medidas a curto e médio prazos. Foi apontada a finalidade e a gestão públicas da BHTrans, e a necessidade da empresa ouvir os moradores e os vereadores da cidade antes de decidir sobre questões referentes à mobilidade urbana.

Entre as sugestões a serem encaminhadas, a utilização da Via 210, no Barreiro, pela linha 30, maior fiscalização sobre horários e pontos de parada, além da revisão de trechos de itinerários que circulam na região hospitalar e no centro da cidade, em áreas muito congestionadas, provocando retenções e riscos para passageiros e pedestres.

Superintendência de Comunicação Institucional