PLANO DE JUVENTUDE

Evento discute aspectos da educação para os jovens

Evento discute aspectos da educação para os jovensNo segundo dia de discussões do “Ciclo de Debates: Juventude”, realizado pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo, no dia 26 de março, o professor da Faculdade de Educação e coordenador do Observatório da Juventude da UFMG, Juarez Dayrell, falou sobre os desafios do sistema de ensino para os est

terça-feira, 25 Maio, 2010 - 21:00

Evento discute aspectos da educação para os jovensNo segundo dia de discussões do “Ciclo de Debates: Juventude”, realizado pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo, no dia 26 de março, o professor da Faculdade de Educação e coordenador do Observatório da Juventude da UFMG, Juarez Dayrell, falou sobre os desafios do sistema de ensino para os estudantes de ensino médio.

Dezenas de educadores e outros profissionais ligados ao setor, além de alunos da Escola Municipal Aurélio Pires, compareceram ao debate, que visa a aprofundar discussões sobre o Projeto de Lei nº 444/09, de autoria do vereador Arnaldo Godoy (PT), que institui o Plano Municipal de Juventude.

“As escolas conhecem muito pouco da realidade dos alunos além de seus muros. O sistema considera apenas a condição de aluno, que é uma das várias facetas dos jovens”, apontou Juarez. Segundo o professor, é necessário que a escola compreenda quem são esses jovens, suas demandas e experiências, para que sejam elaboradas novas propostas político-pedagógicas capazes de atrair os alunos.

Perfil da juventude

O número de jovens na RMBH, segundo pesquisa feita por Juarez com base em dados do IBGE, é de um quinto da população da região: mais de 1 milhão e 370 mil pessoas têm entre 15 e 29 anos. Os dados revelam, entre outros aspectos, a cor da pele, o gênero e a situação econômica desses jovens.

Segundo Juarez, 79% das famílias dos jovens pesquisados têm faixa de renda de até dois salários mínimos – dado que aponta a falta de acesso, por parte dos jovens, a bens materiais e até culturais. Outra realidade constatada foi a crescente inserção desses jovens no mercado de trabalho, e o fato de muitos serem, inclusive, chefes de família.

O pesquisador concluiu que a maioria dos estudantes que chegam ao ensino médio na RMBH são jovens pobres e trabalhadores, “características que vão influenciar de forma significativa seu contexto escolar”.

Outros estudos ainda revelam que a evasão escolar no ensino médio cresceu de 45% para 55%, no período de 2002 a 2007, e que a tendência dos estudantes é abandonar as aulas antes de concluir os três anos de estudo. Fatores como a queda na demografia, a inserção no mercado de trabalho, a gravidez precoce e a “crise de sentido” da escola foram apontados por Juarez como possíveis causas dessa evasão.

Crise de sentido

“O fato é que os jovens têm dificuldade de dar sentido ao cotidiano escolar e associar a demanda da escola aos seus interesses pessoais. Muitos só pensam em pegar o diploma e abandonar a sala de aula”, constatou Juarez. Por traz dessa realidade, segundo o professor, existem deficiências de aprendizagem que se acumularam desde o ensino fundamental e a dificuldade de manter a disciplina no ambiente escolar.

É diante desse cenário que os educadores terão que desenvolver recursos e instrumentos para envolver e atrair a juventude para a escola: ampliar as possibilidades de diálogo através da pedagogização das culturas juvenis; ouvir mais os alunos e reconhecer as especificidades de experimentação e aprendizagem dos jovens, auxiliando no desenvolvimento de sua autonomia, na construção da identidade e nos seus projetos de vida para o futuro.

Responsável pela informação: Superintendência de Comunicação Institucional.