AEROPORTO DA PAMPULHA

Moradores da Pampulha criticam possível aumento de voos na região

A possibilidade de ampliação de voos no Aeroporto da Pampulha foi criticada por representantes de associações de moradores da região durante audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana nesta quinta-feira (3/12). Atualmente, o terminal é subutilizado. Segundo dados da Infraero, a capacidade instalada do aeroporto é de 2,2 milhões de passageiros por ano; no entanto, a expectativa é que até o final de 2015, esse número não chegue a 800 mil.

quinta-feira, 3 Dezembro, 2015 - 00:00
Audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana - Foto: Rafa Aguiar

Audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana - Foto: Rafa Aguiar

A possibilidade de ampliação de voos no Aeroporto da Pampulha foi criticada por representantes de associações de moradores da região durante audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana nesta quinta-feira (3/12). Atualmente, o terminal é subutilizado. Segundo dados da Infraero, a capacidade instalada do aeroporto é de 2,2 milhões de passageiros por ano; no entanto, a expectativa é que até o final de 2015, esse número não chegue a 800 mil.

Para Rogerio Carneiro de Miranda, morador da Pampulha, aqueles que residem nas proximidades do aeroporto teriam sua qualidade de vida prejudicada com a ampliação de voos no terminal. Entre os impactos negativos que a utilização plena da capacidade instalada do aeroporto traria para os moradores foram citados a poluição do ar, o maior risco de acidentes aéreos, os prejuízos à fauna da Mata do Planalto, o aumento no trânsito de veículos e a poluição sonora.

De acordo com o presidente da Associação Comunitária do Bairro São Bernardo, Leandro Braga, a ampliação de voos no Aeroporto da Pampulha serviria apenas para atender a interesses de executivos e empresários da capital que não querem ter que se deslocar cerca de 40 Km até Confins para embarcar. Segundo Braga, que mora a aproximadamente 3 km de distância do Aeroporto da Pampulha, é possível ouvir de dentro da sua casa o barulho gerado pelas aeronaves, o que gera desconforto e estresse.

Para o vereador Sergio Fernando Pinho Tavares (PV), não haveria sentido na ampliação de voos na Pampulha, tendo em vista que o Aeroporto de Confins tem a capacidade de atender à demanda. Ainda segundo ele, o terminal de Confins está próximo de Belo Horizonte e, portanto, é uma opção adequada para quem mora na capital. O seu colega de partido, vereador Leonardo Mattos (PV), destacou o que classifica como falta de estrutura do Aeroporto da Pampulha para receber cadeirantes e pessoas com outras dificuldades de locomoção. Segundo ele, as instalações do aeroporto não obedecem ao Decreto 5296/04, que regulamenta as leis que tratam da prioridade no atendimento e da promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Mattos afirmou que, dada à falta de acessibilidade no aeroporto, cadeirantes já tiveram que ser carregados por funcionários de companhias aéreas, gerando riscos de acidentes e constrangimentos. O parlamentar também comparou a luta dos moradores contra a poluição sonora provocada pelo aeroporto à batalha empreendida por aqueles que pretendem manter em patamares aceitáveis o barulho produzido por bares e restaurantes da capital, bandeira levantada por ele no Parlamento. Ainda a respeito dos usos do Aeroporto da Pampulha, ele defendeu que a CMBH não se furte a ser protagonista nesse debate.

Geração de empregos e investimentosAeroporto da Pampulha - Foto: PBH

Para o secretário de Administração Regional Municipal Pampulha, José Geraldo de Oliveira Prado, o Aeroporto da Pampulha é estratégico para a atração de investimentos para a capital. Ele informou que a PBH incentiva a utilização adequada do aeroporto, com embarque e desembarque de aeronaves com capacidade para até 70 passageiros, respeitando o meio ambiente, os moradores, e sem abrir mão da vantagem competitiva que o aeroporto traz para a cidade. De acordo com o secretário, o aeroporto deve funcionar como um polo para atração de investimentos na área de serviços, além de servir como ponto de chegada de turistas que vêm conhecer as cidades históricas e outros atrativos de Belo Horizonte e de cidades próximas, como o Complexo Arquitetônico da Pampulha e o Mineirão.

A Infraero também destacou que o Aeroporto da Pampulha tem a capacidade de gerar empregos, oportunidades de negócios e impostos e que o local passará por reformas a partir de 2016, com previsão de término em 2017.

Encaminhamentos

A vereadora Elaine Matozinhos (PTB), que requereu a audiência informou que irá solicitar à consultoria da Câmara um estudo detalhado sobre os possíveis impactos da ampliação de voos no Aeroporto da Pampulha. A parlamentar também solicitou ao representante da PBH na audiência que transmita à Prefeitura o sentimento dos moradores da Pampulha, que é contrário ao incremento de pousos e decolagens na região onde residem.

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Superintendência de Comunicação Institucional