VISITA TÉCNICA

Comissão constatou sobrecarga no atendimento do Odilon Behrens

Apesar de problemas como filas de espera, falta de insumos e equipamentos, vereadores apontam qualidade no serviço prestado

terça-feira, 16 Junho, 2015 - 00:00
Apesar de problemas, vereadores apontam qualidade no serviço prestado - Foto: Divulgação CMBH

Apesar de problemas, vereadores apontam qualidade no serviço prestado - Foto: Divulgação CMBH

A sobrecarga no atendimento prestado pelo Hospital Odilon Behrens (HOB) foi o principal ponto observado pela Comissão de Saúde e Saneamento, em visita técnica ao local, nesta terça-feira (16/6). Usuários e funcionários reclamam da demora no atendimento, da falta de insumos e medicamentos e das condições de trabalho. Segundo a gestão do hospital, a demanda é elevada, totalizando 18 mil atendimentos por mês, dos quais 40% são provenientes da Região Metropolitana; e o fechamento do atendimento de várias complexidades no eixo Norte tem contribuído para uma espera maior de pacientes de baixa complexidade.

“Meu pai sofreu uma queda, machucou o braço, bateu a cabeça e, até agora, não foi atendido”, relatou o pedreiro Lúcio Fabrício Pinheiro.  A diretora da área de Saúde do Sindibel, Ângela de Assis, reclamou, por sua vez, da situação precária do hospital quanto ao processo de trabalho e aos equipamentos. Segundo ela, os funcionários reclamam do excesso de trabalho e da falta de medicamentos e insumos em alguns setores. “Foram, ainda, cortados os copos descartáveis de pacientes e acompanhantes”, completou Assis.

Outros problemas apontados foram a sobrecarga da clínica médica, onde 11 funcionários cuidam de 60 leitos, a redução da insalubridade de R$ 175 (20% do salário-base) para R$ 70, a falta de lanche e de definição de escalas e carência de profissionais de apoio, fonoaudiólogos e fisioterapeutas na Unidade Neonatal de Cuidados Convencionais, que atende uma população de risco. Em contrapartida, conforme relataram gestores do hospital, com o aumento de doenças respiratórias nesta época do ano, foi ampliado o número de pediatras de plantão, de quatro para sete.

Gestão

Conforme explicou a superintendente do HOB, Paula Martins, constatou-se no pronto-socorro, nos últimos cinco meses, um aumento de 50% da demanda do hospital, que reflete o que vem ocorrendo no entorno de Belo Horizonte, principalmente na RMBH. Além disso, segundo ela, o aumento da demanda se deve, ainda, ao fechamento de várias unidades de alta complexidade em cidades do eixo Norte.” Isso faz com que se tenha uma espera maior de pacientes de baixa complexidade, mas uma espera adequada de pacientes de alta complexidade”, destacou.

Quanto à falta de materiais e equipamentos, a gestora disse que o HOB se adequa à política nacional e internacional de segurança e qualidade, segundo a qual o material deve ser disponibilizado de acordo com a prescrição e necessidade, a fim de evitar eventos adversos. No que se refere aos antibióticos, ela argumentou que alguns sais desses medicamentos não estão disponíveis no mercado e, por isso, devem ser trocados. Desta forma, há uma restrição do uso desse medicamento no hospital. 

No que diz respeito ao lanche, de acordo com Martins, a alimetação era fornecida pelo próprio hospital, mas mediante solicitação da categoria, o vale-refeição foi implantado após consulta à própria comunidade hospitalar em 2014, quando 75% dos funcionários optaram pelo ticket em enquete realizada pelo HOB. Quanto à falta de definição de escalas para os profissionais, a gestora informou que foi realizado concurso público este ano, que será homologado ainda neste mês, para a convocação de novos servidores. No que se refere à demora no atendimento, Martins esclareceu que estes são atendimentos de baixa prioridade.

Sobre a clínica médica, a gerência do hospital informou que 14 profissionais atendem 55 leitos, o que está dentro do recomendado pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren). Em relação à Unidade Neonatal de Cuidados Convencionais, Matins afirmou que um fisioterapeuta e um fonoaudiólogo dão assitência integral aos pacientes. Quanto ao pagamento da insalubridade, o HOB explicou que houve uma correção do valor até então pago indevidamente, confrome as normas municipais que regem os servidores estatutários. A falta de copos descartáveis apontada pelo Sindibel foi contestada pelo hospital, que informou possuir em estoque 50 mil copos de medicação e 40 mil copos para água.

Pontos observados

O vereador Dr. Nilton (Pros) observou, na visita, que o hospital apresenta grande demanda e consequente sobrecarga, mas ressaltou que, apesar disso, oferece qualidade quanto ao atendimento. “Às vezes, falta algum equipamento, algum material, observando-se, ainda, alguns atritos na relação gestor-trabalhador, mas vamos conversar com a gestão do hospital, para tentar sanar essas dificuldades”, informou. O vereador Veré da Farmácia reafirmou que o hospital está sobrecarregado, principalmente na área de enfermagem, mas disse que o quadro de profissionais está completo. Já o vereador Márcio Almeida (PRP), que solicitou a visita, notou algumas irregularidades, como falta de fraudas e de copos descartáveis, ressaltando que irá cobrar da Secretaria Municipal de Saúde uma solução para o problema. ”Percebemos uma insatisfação por parte dos funcionários, mas a maioria dos serviços está dentro da normalidade, bem como o atendimento e a parte física do hospital”, concluiu.  

Leitos

A porta de entrada do HOB é o pronto-socorro, onde os pacientes são encaminhados, quando necessário, para todas as complexidades. O hospital totaliza 407 leitos, dispondo de 40 leitos de terapia intensiva para adultos; uma sala de emergência, que dispõe de 20 leitos de terapia de adultos e quatro leitos de reanimação e internação. Na área infantil, o hospital possui dez leitos de terapia intensiva para crianças e 35 de terapia intensiva neonatal. O Hospital Odilon Behrens atende especialidades como neurologia, neurocirurgia, pediatria, ortopedia, clínica médica, cirurgia vascular, cirurgia geral, odontologia, ginecologia, obstetrícia e cirurgia pediátrica.

Superintendência de Comunicação Institucional