AUDIÊNCIA PÚBLICA EXTERNA

Beneficiários do Minha Casa, Minha Vida cobram atenção da PBH

Moradores de conjuntos habitacionais da região Nordeste demandaram a criação de infraestrutura urbana e social, hoje, escassa ou inexistente

quarta-feira, 10 Junho, 2015 - 00:00
Moradores de conjuntos habitacionais demandaram a criação de infraestrutura urbana e social - Foto: Divulgação CMBH

Moradores de conjuntos habitacionais demandaram a criação de infraestrutura urbana e social - Foto: Divulgação CMBH

Moradores dos conjuntos habitacionais Jardim Vitória e Paulo VI, construídos com recursos do programa Minha Casa, Minha Vida, reclamaram da dificuldade de acesso a serviços públicos, como segurança, transporte, saúde e educação durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor. Ocorrida na última terça-feira (9/6), na própria comunidade (Rua dos Borges, 1.851, Bairro Jardim Vitoria), a reunião contou com ampla participação dos beneficiários do programa federal, no entanto, a Prefeitura de Belo Horizonte, apesar de convidada, não enviou representantes. De acordo com o requerente da audiência, vereador Adriano Ventura (PT), essas regiões estão “desprovidas de infraestrutura urbana e social” e a situação vivida por seus moradores é “dramática”.

Durante a audiência também foram discutidas as novas habitações de interesse social previstas pelo poder público para os Bairros Capitão Eduardo, Jaqueline e Granja Werneck. O objetivo de Ventura é impedir que elas se tornem “áreas segregadas do restante da cidade, dominadas pela pobreza e por problemas sociais”.

Para que a qualidade de vida nessas regiões melhore, os moradores demandam da Prefeitura serviços públicos qualificados. De acordo com Maciane Martins de Oliveira, beneficiária do Minha Casa, Minha Vida e moradora do Bairro Jardim Vitória, as moradias ficaram prontas, as pessoas se mudaram para as novas residências, mas a PBH não cuidou de criar previamente a infraestrutura necessária para receber os milhares de beneficiários do programa habitacional. “O planejamento feito pela prefeitura ficou apenas no papel”, critica Maciene, que, entre os problemas vividos, destaca a espera de cerca de uma hora pelo ônibus que leva até a Estação São Gabriel nos dias de semana e a superlotação do centro de saúde, que, segundo ela, não tem capacidade para atender adequadamente os novos moradores.

A diarista Fernanda Alves Rodrigues, moradora do Jardim Vitória, também criticou a falta de atendimento médico na unidade básica de saúde da região. “A gente chega lá e não tem nem médico pra atender. Fora que a gente tem que entrar numa lista pra ser atendido daí a dois meses, três meses”, critica.

O assessor da Comissão Pastoral da Terra, Frei Gilvander, destacou que não basta que o poder público garanta casas ou apartamentos dignos. Ele enfatizou a necessidade de serviços públicos de qualidade nas áreas de lazer, cultura, transporte, saúde e educação para que as pessoas “possam conviver desenvolvendo seu infinito potencial de humanidade”.

O vereador Adriano Ventura explicou que, diante das denúncias dos moradores, irá agendar reuniões com o secretário da Regional Nordeste e com os gerentes responsáveis pelas áreas de educação, esporte e saúde para que sejam encontradas soluções adequadas e ágeis para a falta de infraestrutura. Em relação à falta de serviços médicos, o parlamentar afirmou que o prazo de dois anos, que a prefeitura informou ser necessário para a construção de um novo centro de saúde na região, é inaceitável. Ventura também salientou que os moradores não contam com opções de lazer e que vai cobrar da Regional Nordeste a construção de equipamentos públicos como praças e quadras esportivas.

Superintendência de Comunicação Institucional