TRANSPORTE PÚBLICO

Pessoas com deficiência cobram mais acessibilidade nos ônibus

O tratamento dispensado às pessoas com deficiência no sistema de transporte público coletivo da capital foi debatido, nesta segunda-feira (24/11), em audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário. Na ocasião, usuários com deficiência visual, auditiva e motora reclamaram do serviço prestado pelos ônibus da capital. A BHTrans informou que iniciará, em dezembro, testes para aplicativo de celular que irá facilitar a vida das pessoas com deficiência.

segunda-feira, 24 Novembro, 2014 - 00:00
Audiência da Comissão de Transporte - Foto: Divulgação CMBH

Audiência da Comissão de Transporte - Foto: Divulgação CMBH

O tratamento dispensado às pessoas com deficiência no sistema de transporte público coletivo da capital foi debatido, nesta segunda-feira (24/11), em audiência pública requerida pelo vereador Leonardo Mattos (PV) e promovida pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário. Na ocasião, usuários com deficiência física, visual, auditiva e motora reclamaram do serviço prestado pelos ônibus da capital. Entre os principais problemas elencados estão a falta de funcionários para auxiliar as pessoas com necessidades especiais nas estações de embarque e desembarque, o despreparo de motoristas e agentes de bordo para prestar atendimento humanizado e o mau funcionamento dos elevadores dos ônibus. 

A Estação São Gabriel foi classificada por deficientes visuais como “perigosa para cegos”. De acordo com a União Auxiliadora dos Cegos de Minas Gerais, os funcionários da BHTrans, alegando não poderem se ausentar de seus postos de trabalho, não auxiliam os cegos que utilizam a estação.

O metrô de Belo Horizonte foi citado por deficientes visuais como exemplo a ser seguido pela BHTrans no atendimento de suas necessidades. Segundo os deficientes visuais, o metrô oferece funcionários capacitados e em número suficiente para atendê-los.

Pessoas com deficiência que participaram da audiência afirmaram, ainda, que, durante a Copa do Mundo, havia funcionários em número suficiente para auxiliá-los nas estações de ônibus, e cobraram a manutenção desse atendimento durante todo o ano.

Os deficientes também reclamaram que elevadores dos ônibus têm apresentado defeitos, dificultando o uso do transporte público.

Aplicativo para celular

O diretor de Transportes Públicos da BHTrans, Daniel Marx Couto, afirmou que a partir de dezembro começará a ser testado um aplicativo para celular capaz de informar em quanto tempo o ônibus chegará ao ponto de embarque e desembarque e se ele atende aos pré-requisitos de acessibilidade. Além disso, as pessoas com deficiência poderão se cadastrar no sistema para que o motorista do ônibus saiba que há um passageiro com necessidades especiais aguardando a chegada do veículo.

Ainda segundo ele, 87% dos ônibus da capital têm elevadores para deficientes e 430 dos 3100 veículos do sistema de transporte coletivo da capital oferecem embarque em nível. O diretor de Transportes Públicos da BHTrans informou também que as empresas são instruídas a testar os elevadores diariamente antes de os ônibus começarem a circular e, caso seja observado algum problema no funcionamento do elevador enquanto o veículo estiver em circulação, o ônibus deve ser imediatamente substituído.

Daniel Couto também afirmou que entre 60 e 90 dias, funcionários das estações de ônibus estarão capacitados a auxiliar os usuários com deficiência visual. De acordo com ele, o atendimento aos usuários cegos constará da lista de atribuições de funcionários designados para este serviço.

A BHTrans também instou os usuários a registrarem suas reclamações por meio do telefone 156. De acordo com a empresa, a fiscalização do sistema é programada de acordo com o banco de dados gerado a partir dos problemas denunciados pelos usuários. A BHTrans também informou que nos meses de agosto e setembro deste ano, elevadores de 600 veículos passaram por fiscalização.

O requerente da audiência pública, vereador Leonardo Matos (PV), salientou a importância dessas reuniões por permitirem que a Prefeitura saiba o que os usuários com deficiência esperam do sistema de transporte público coletivo, de modo a pautar suas ações a partir das informações compartilhadas por este segmento. Ele afirmou, ainda, que a Câmara tem, permanentemente, dialogado com as pessoas com deficiência, e citou os requerimentos de sua autoria que têm possibilitado debater temas relativos à inclusão, não apenas no que diz respeito ao acesso ao transporte coletivo, mas, também, à educação e à saúde.

Assista aqui à reunião na íntegra. 

Superintendência de Comunicação Institucional