AUDIÊNCIA PÚBLICA

Lojistas estão preocupados com segurança no Centro de BH

Reclamação se refere principalmente a comemorações em dias de jogos

sexta-feira, 13 Dezembro, 2013 - 00:00
Audiência pública discute segurança dos lojistas no centro de BH

Audiência pública discute segurança dos lojistas no centro de BH

A Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor realizou audiência pública nesta sexta-feira (13/12) para discutir a segurança dos lojistas na região central de Belo Horizonte. O vereador Marcelo Aro (PHS), que pediu a audiência, informou ter sido procurado por lojistas que reclamaram de falta de segurança, principalmente em dias de jogos e manifestações. “Apesar de a segurança ser competência do Estado, o comércio é fundamental para Belo Horizonte. Se ele piora por conta da falta de segurança, prejudica a economia da cidade”, afirmou.

O representante dos lojistas e dono da loja Mãe da Igreja (localizada na região central), Luciano Bretas, relatou que os comerciantes estão apavorados com roubos, assaltos e violência, principalmente durante os jogos. “A gente pode prever algo muito pior, pela frente vem o campeonato mundial e a Copa. Queremos uma solução, mesmo que seja por meio de segurança privada, com lei municipal que nos ampare. Temos um posto policial nas proximidades, mas ele fica vazio e foi depredado”.

O comandante do hipercentro – 6ª Companhia da Polícia Militar, Major Gedir Christian Rocha, informou que os fatos ocorridos na final do Campeonato Brasileiro, citados por Bretas, foram atípicos e que, nesse caso específico, a Polícia Militar está trabalhando em conjunto com a Polícia Civil e o Ministério Público para identificar os culpados e proibir torcidas organizadas.  Mas reclamou que os comerciantes não se manifestam sobre a questão da segurança: “Muitas coisas não dependem da polícia, mas dos comerciantes. Não vi um comerciante pagar uma propaganda, fazer uma campanha falando sobre o problema da segurança. A gente precisa da manifestação dos comerciantes”, salientou. Ele também citou que a polícia faz reuniões mensais com lojistas e lideranças para discutir medidas de segurança, mas a adesão é baixa. Sobre o abandono da unidade policial, o comandante afirmou que o posto será retirado, pois a estratégia agora é de trabalho policial móvel. Rocha informou que há duas semanas houve um aumento de 600 efetivos e concurso já aberto prevê mais 1600 vagas.

Aro corroborou com a fala do comandante, sugerindo que os comerciantes se mobilizassem para que sejam delimitadas áreas para manifestações e comemorações, e se colocou à disposição para, inclusive, elaborar projeto sobre o tema. “A maior demanda que temos na região Centro-Sul é a segurança”, asseverou. Ele também citou como problema o déficit no efetivo de militares.

“Nosso problema não é diferente da PM, somos parceiros”, informou o inspetor da Guarda Municipal, Charles Alexandre Augusto, acrescentando que o efetivo da guarda também é reduzido.

Rocha ponderou a questão do déficit, informando que a região central é a que conta com maior efetivo. Segundo ele, devido a obras no Centro que fecharam avenidas, neste ano houve mais tumulto e insegurança. O comandante sublinhou a questão da atipicidade do ano de 2013: “neste ano aconteceu de tudo, foi muito tumultuado”.        

Fiscalização         

O secretário de Administração Regional Municipal Centro Sul, Ricardo Sérgio Dias Ângelo, também lembrou que falta mobilização dos comerciantes. E atentou para a questão do vandalismo: segundo ele, apenas para reparar depredações no Centro, a Prefeitura gasta R$ 90 mil reais. Ele também afirmou que a fiscalização da PBH é rotineira.

A eficiência da fiscalização foi confirmada pelo gerente Regional de Fiscalização e Licenciamento da Prefeitura, Cláudio Antônio Mendes. Segundo ele, são realizadas de 10 a 15 apreensões por dia no Centro, com ajuda de duas equipes da PM e, na questão da regulação urbana, a legislação está sendo modernizada.  Para melhorar a segurança, segundo ele, a Prefeitura está instalando na cidade 336 câmeras do projeto Olho Vivo, com recursos próprios, e 128 com financiamento do Estado. Ele também observou que um dos grandes gargalos da segurança é a questão da legislação de processo penal, cujo “rito processual” é lento.

Também foram lembrados pelos presentes, como problemas a serem enfrentados, a questão dos camelôs, dos artesãos da Praça Sete e da população em situação de rua.

Como encaminhamento, o vereador Marcelo Aro sugeriu uma reunião com comerciantes, vereadores e a Polícia Militar para discutir o tema da segurança, e pediu à PM para redobrar a atenção em dias de jogos, informando que a corporação já havia se comprometido a aumentar o efetivo durante os torneios.

Superintendência de Comunicação Institucional