Câmara dicutiu situação das capivaras da Pampulha

Câmara discutiu situação das capivaras da Pampulha

A proliferação de capivaras na orla da Lagoa da Pampulha foi tema de audiência pública realizada na noite desta segunda (16/9), pela Comissão Especial de Proteção e Defesa dos Animais. Em função da expansão da malha urbana e da destruição do habitat natural da espécie, os animais têm se tornado cada vez mais numerosos no entorno da represa, o que preocupa o poder público e ambientalistas. Os roedores, que podem transmitir doenças, estariam sofrendo maus tratos.

terça-feira, 17 Setembro, 2013 - 00:00
Câmara dicutiu situação das capivaras da Pampulha

Câmara dicutiu situação das capivaras da Pampulha

A proliferação de capivaras na orla da Lagoa da Pampulha foi tema de audiência pública realizada na noite desta segunda (16/9), pela Comissão Especial de Proteção e Defesa dos Animais. Em função da expansão da malha urbana e da destruição do habitat natural da espécie, os animais têm se tornado cada vez mais numerosos no entorno da represa, o que preocupa ambientalistas e o poder público. Capivaras, assim como cães e cavalos, são hospedeiras do carrapato estrela, que pode transmitir a febre maculosa, doença que afeta o homem e pode até levar à morte.

Além de representar riscos à saúde pública, às capivaras estariam comendo plantas de jardins planejados por Burle Marx, que fazem parte do complexo histórico e arquitetônico da Pampulha. Outro problema associado à presença do animal seria o risco de acidentes, já que muitas vezes os bandos atravessam a via pública em busca de alimento, inclusive no período noturno. Faltam números concretos, mas estima-se que pelo menos 150 capivaras vivam na represa.

Plano de manejo

O vice-prefeito de Belo Horizonte e secretário municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros, afirmou que a PBH tem planos para o lançamento de editais focados na realização de estudo para resolver o problema. A proposta, no primeiro momento, seria a abertura de licitação para contratar a elaboração de um plano de manejo dos animais. Na sequência, outra licitação permitiria a seleção de empresa para executar a proposta.

O objetivo do manejo, segundo Malheiros, seria dar uma destinação ética para os animais, garantindo plenamente os seus direitos e, ao mesmo tempo, resguardando a saúde do cidadão. A hipótese de abate, afirmou o secretário, está descartada. No entanto, pode ser que parte da população de capivaras tenha que deixar a Pampulha e ser encaminhada para parques em outras partes do estado ou do Brasil.

Fica Capivara

Adriana Araújo, do Movimento Mineiro pela Defesa Animal, se disse favorável à permanência dos animais na lagoa. Ela defende a microchipagem e castração dos animais, além do cercamento dos jardins de Burle Marx, como forma de evitar os danos ao patrimônio público.

Alguns veterinários e ambientalistas, no entanto, se mostraram críticos em face da proposta de permanência dos roedores na lagoa. Segundo eles, as capivaras estariam sofrendo maus tratos por parte da população e haveria, inclusive, a denúncia de que um animal fora morto a tiros no local. A poluição da água, além disso, diminuiria a qualidade de vida do animal, assim como a fome causada pela pequena oferta de gramíneas na beira da lagoa. Segundo os especialistas, é justamente a falta de comida que faz com que os animais se alimentem de plantas de jardim, já que estas não fazem parte de sua dieta preferencial, composta por milho, aveia e capim.

Novos debates

Para o vereador Sérgio Fernando Pinho Tavares (PV), autor do requerimento para a realização da audiência pública, a solução para o problema passa pela realização dos estudos técnicos propostos pela Secretaria de Meio Ambiente. De acordo com ele, somente pesquisas mais aprofundadas a respeito da efetiva situação das capivaras e do ecossistema do entorno vão permitir a adequada tomada de decisões, no tocante ao manejo dos animais e à plena preservação de seus direitos.

Estiveram presentes na reunião, dentre outros, os vereadores Adriano Ventura (PT), Juninho Los Hermanos (PRB) e Sérgio Fernando Pinho Tavares (PV), além do secretário municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros, e de representantes da UFMG, das Polícias Civil e Militar e da sociedade civil organizada.

Superintendência de Comunicação Institucional