Condições de segurança das rotas cicloviárias em debate na CMBH

Em audiência pública realizada nesta quinta-feira (6/12) pela Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, usuários de ciclovias da capital reclamaram da falta de qualidade das pistas: equívocos na escolha das rotas, má sinalização e descumprimento de padrões recomendados pelo Ministério das Cidades. A BHTrans reconheceu falhas na implantação das ciclovias e nas campanhas educativas. A empresa vai realizar um seminário para tratar do tema.

De acordo com o representante dos ciclistas, Augusto Schmidt, as vias para bicicletas apresentam diversos problemas relacionados, principalmente, a equívocos na escolha das rotas, à má qualidade da sinalização e ao descumprimento dos padrões recomendados pelo Ministério das Cidades.

Como exemplo, foi citado o espaço para circulação de bicicletas criado na Rua Fernandes Tourinho, na Savassi. Os representantes da sociedade civil presentes concordaram que mesmo ciclistas experientes não têm coragem de trafegar naquela ciclofaixa dado o perigo a que ficam expostos os usuários.

Características como pista para bicicletas localizada à esquerda do tráfego (permitindo fluxo bidirecional) e próxima a estacionamento de veículos e trânsito de automóveis acima de 30 km/h foram apontadas como falhas do programa de incentivo ao uso de bicicletas da Prefeitura.

Os ciclistas salientaram, ainda, que os recursos gastos em vias inadequadas para bicicletas seriam mais bem investidos em campanhas educativas junto a motoristas, auto-escolas, e nas instituições de ensino médio e fundamental, orientando quanto ao respeito às regras de trânsito e mobilidade urbana.

A criação de bicicletários, a permissão de uso de bicicletas nos parques da cidade e o diálogo entre ciclistas e BHTrans também foram citados como ações capazes de melhorar a situação dos adeptos de bicicletas na capital.

Falhas e perspectivas

A BHTrans reconheceu falhas na implantação das ciclovias, mas reforçou que o Programa Pedala BH, que fomenta o uso da bicicleta na capital, tem metas ousadas para inserir esse veículo como novo modal de transporte.

Atualmente, existem 36 Km de rotas cicloviárias na cidade e mais 12 Km estão em implantação. A rede cicloviária já planejada para Belo Horizonte é de cerca de 385 Km e deve ser implantada nos próximos anos. Novos bicicletários também estão sendo construídos.

Em relação às campanhas educativas, segundo a empresa, elas vêm sendo realizadas com baixos orçamentos e ações nos meios eletrônicos como rádio e televisão demandariam mais recursos.

A BHTrans informou que será realizado um seminário para debater o tema com a sociedade e possibilitar a construção de um caderno de normas para Belo Horizonte, de acordo com as especificidades da capital mineira.

A criação de uma frente parlamentar e a apresentação de projetos de lei na próxima legislatura para tratar do tema também foram debatidos na reunião. O vereador Leonardo Mattos (PV), que solicitou a audiência, cobrou que a prestação de contas do Pedala BH seja encaminhada à Câmara Municipal, e recebeu o compromisso da BHTrans do envio de todos os dados.

O vereador Autair Gomes (PSC) ponderou que a reunião permitiu que os ciclistas expressassem as dificuldades enfrentadas nas rotas cicloviárias implantadas pela BHTrans, proporcionando um diálogo com os representantes da empresa de transportes da capital.

Também participaram da reunião os vereadores Bruno Miranda (PDT) e Elaine Matozinhos (PTB). Todos se prontificaram a colaborar com os ciclistas para a melhoria das condições de uso da bicicleta na capital.

Assista a reunião na íntegra

Superintendência de Comunicação Institucional