TRANSPORTES

Audiência discute proposta de implantação do metrô no vetor sul

Diante do alto custo e longo prazo, vereador defende alternativa do monotrilho

quinta-feira, 25 Outubro, 2012 - 00:00
Diante do alto custo e longo prazo, vereador defende alternativa do monotrilho

Diante do alto custo e longo prazo, vereador defende alternativa do monotrilho

Em reunião extraordinária, nesta quinta-feira (25/10), a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário realizou audiência pública, solicitada pelo vereador Fábio Caldeira (PSB), para discussão de alternativas de transporte público para melhorar a mobilidade urbana no vetor sul da capital. Representada pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), a Prefeitura apresentou estudo de mobilidade desenvolvido na região que concluiu pela implantação do metrô como solução para o trânsito no trecho Savassi - Belvedere.

A partir de um diagnóstico do fluxo e demanda por transporte público no eixo sul de Belo Horizonte, os técnicos da BHTrans estudaram alternativas tecnológicas como o VLT (uma espécie de bonde sobre trilhos), o VLP (bonde sobre pneus), o BRT (uma espécie de ônibus de alta capacidade), o metrô e o monotrilho. Diante de critérios como evolução tecnológica, adequação urbanística e ambiental, desempenho e viabilidade econômica (custo e vida útil), o estudo concluiu que o metrô seria a opção ideal para solucionar o problema de mobilidade da região.

A proposta seria a extensão da linha 3 (Rodoviária – Savassi), prevista para 2014, conectando a Savassi ao Belvedere. O trecho passaria pela Avenida Uruguai (no Sion), Shopping Ponteio e teria uma estação de integração metropolitana na BR-356 (saída do BH Shopping), próximo ao Leroy Merlin. A Prefeitura não apresentou previsão para as obras, nem viabilidade orçamentária para o custo médio previsto de R$ 500 milhões por km construído.

“A conurbação de Belo Horizonte com Nova Lima é muito grande. Precisamos de uma solução urgente e factível”, ponderou Fábio Caldeira, destacando o trânsito caótico nas principais avenidas da região - Nossa Senhora do Carmo, Raja Gabaglia e Mário Werneck, no Buritis. “O ideal seria o metrô, mas não é factível. No ritmo que temos visto, ele ficaria pronto em 2040, 2050”, alertou o vereador.

Para Fábio Caldeira, a alternativa adequada seria a implantação do monotrilho, uma espécie de bonde suspenso, que trafega sobre vigas instaladas nos canteiros centrais das principais avenidas, com capacidade média de 48 mil passageiros/hora. De acordo com estudo técnico apresentado pelo vereador, o monotrilho poderia ser implantado em um prazo mais curto que o metrô, sendo um tempo médio de 6km/ano, enquanto o metrô levaria 1km/ano; a um custo bastante inferior (cerca de R$ 53 milhões por km, chegando a R$ 85 milhões se implantada a linha dupla) e gerando pouco impacto no trânsito durante as obras de implantação, uma vez que as vigas poderiam ser instaladas durante a noite, bloqueando apenas uma faixa de rolamento em cada pista.

Comerciantes e representantes do setor imobiliário apoiaram a proposta do monotrilho, argumentando a urgência em se resolver o problema e a maior facilidade em conseguir investimentos da iniciativa privada. Associações de moradores dos bairros Santo Antônio, Buritis, São Bento e adjacências cobraram mais vontade política na implantação de alternativas, temendo a pressão das grandes empresas de ônibus que atuam na cidade.

Silvinho Rezende (PT) ainda apontou para a gravidade da situação de mobilidade na capital, que não se limita à região centro-sul, pelo contrário, se agravaria em outras regionais. “A PBH não pode investir tantos recursos em apenas uma região e deixar as outras sem atendimento. Para um projeto como esse, deve ser feita uma PPP, o recurso deve vir da iniciativa privada”, concluiu o vereador.

Encaminhamentos

Os vereadores propuseram uma visita da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário às obras de implantação do monotrilho em São Paulo para avaliação. Ainda, foi encaminhada a realização de reuniões entre a BHTrans e a Sociedade Mineira de Engenheiros para análise criteriosa dos estudos realizados e aprofundamento no debate sobre as alternativas possíveis.

Participaram da reunião os vereadores Fábio Caldeira (PSB), Silvinho Rezende (PT) e Carlúcio Gonçalves (PR).

Superintendência de Comunicação Institucional