CENTRO DE CONVENÇÕES

Vereadores debatem impactos de novo espaço na Gameleira

Estão previstos um centro de convenções e modernização do Parque

terça-feira, 24 Abril, 2012 - 00:00

Em audiência pública realizada nesta terça-feira (24/4), o projeto de implantação do Novo Espaço Gameleira foi discutido por vereadores e representantes do poder público e de entidades empresariais. A expectativa é que a novidade potencialize principalmente o turismo de negócios na capital, mas houve críticas, entre outros pontos, à possibilidade de impactos no trânsito sobrecarregado na região. A reunião, requerida pelo vereador Fábio Caldeira (PSB), foi promovida pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário.

As duas principais ações previstas no projeto são a modernização do atual Parque de Exposições da Gameleira e a construção de um centro de convenções com capacidade para cerca de 10 mil pessoas. Ainda poderão ser feitos um hotel e um shopping center. Ao todo, o espaço disponível é de 98 mil metros quadrados. De acordo com o coordenador de Parceria Público-Privada (PPP), Marcos Siqueira, os investimentos serão da ordem de R$ 300 milhões. Em troca, os investidores poderão explorar o espaço, a ser concedido pelo governo estadual em princípio por 35 anos.

Segundo Siqueira, o projeto encontra-se em Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), a fim de receber sugestões que vão orientar a elaboração do edital de licitação. A PMI ficará disponível até 4 de julho, e o edital deverá ser publicado até o fim do ano.

Para o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Marcos Abreu e Silva, o projeto será uma alternativa para revitalizar o Parque de Exposições, que tem recebido não mais que 15 eventos por ano. “Hoje esse espaço que tem 77 anos de existência está subutilizado. Trata-se do único espaço que o setor agropecuário dispõe na capital”, afirmou.  

De acordo com o secretário municipal adjunto de Desenvolvimento, Raphael Andrade, o novo espaço vem complementar o papel do Expominas, localizado ao lado, contribuindo para tornar a capital uma alternativa viável às metrópoles do Rio de Janeiro e São Paulo, para receber eventos de grande porte na área de negócios.

A diretora do Convention e Visitors Bureau, Silvana Capanema Alvares, destacou as potencialidades do novo espaço, podendo suprir a carência de BH por um centro de convenções. “O Expominas não se encaixa no conceito de centro de convenções, já que é uma feira de negócios”, compara. Ela explicou que a capital em 2011 deixou de receber a visita de 26 mil pessoas por falta de estrutura do município para sediar eventos. “Um turista estrangeiro gasta 285 dólares por dia, o que movimenta toda a cadeia de bens e serviços”, explicou.

Consequências para a mobilidade

O vereador Fábio Caldeira apontou benefícios ao projeto, mas destacou a necessidade de conciliar o desenvolvimento econômico a questões como a mobilidade urbana. “Acreditamos que o novo espaço poderá fortalecer as potencialidades da capital para o turismo de negócios. Precisamos ter condições de receber os turistas, gerando mais emprego e renda”, destacou.  

Já o vereador Preto (DEM) afirmou que está prevista a inauguração de um hotel em frente à Faculdade Cefet/MG, na Avenida Amazonas, a 600 metros do Parque da Gameleira. Preto teme que o Novo Espaço Gameleira complique ainda mais a mobilidade. “O trânsito da região já está saturado. Será que a infraestrutura daquele entorno suporta um empreendimento como o Novo Espaço Gameleira? Temos que garantir à população o direito de ir e vir”, alertou.

O gerente de Diretriz Viária da BHTrans, Tacio Francisco, esclareceu que a região deverá ser beneficiada com a implantação de uma nova linha do metrô ligando o Barreiro à Savassi, além do projeto de implantação do transporte rápido por ônibus (BRT).  

Uma das principais críticas ao novo espaço é a de que o projeto priorizaria o setor agropecuário. “Minas tem que ser vista como um todo. Não é só gado que movimenta a economia mineira”, protestou a diretora da Associação Comercial de MG, Elizabeth Marques Ribeiro. Ela criticou a forma de gestão que estaria prevista no projeto, o qual reservaria cinco datas exclusivas para eventos de interesse de 20 associações agropecuárias no Parque de Exposições. “Essa será uma gestão arcaica. Não poderemos ter uma feira de negócios ao lado de uma exposição agropecuária da forma como será”, ressaltou, ao reivindicar que outros setores da economia também sejam ouvidos. Também participou da reunião o secretário adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de MG, Paulo Romano.

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