CONTRA A DENGUE

Combate ao mosquito foi tema de audiência da Comissão de Saúde

Audiência realizada nesta quarta-feira (28/3) pela Comissão de Saúde e Saneamento, a requerimento do vereador Edinho Ribeiro (PT do B), reuniu parlamentares e representantes da Prefeitura para discutir o cronograma e o plano de combate a dengue desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde. Em reunião que antecedeu a audiência, foi aprovado, por unanimidade, o PL 1600/11, de autoria de Maria Lúcia Scarpelli (PC do B), que proíbe a tatuagem permanente e a colocação de piercing em menores de idade.

quarta-feira, 28 Março, 2012 - 00:00

Em audiência pública realizada nesta quarta-feira (28/03) pela Comissão de Saúde e Saneamento, por requerimento do seu presidente, Edinho Ribeiro (PT do B), vereadores e representantes da Prefeitura discutiram os cronogramas e o plano de estratégia de combate a dengue a serem adotados em 2012.

“Belo Horizonte, como outras capitais, todos os anos, após o período de chuvas, fica alarmada com a questão da dengue”, afirmou Ribeiro, apesar de pontuar que a cidade não está entre as que sofrem epidemias da doença. De acordo com o Índice de Infestação Predial, indicador que expressa a proporção de imóveis com resultado positivo para larvas de Aedes aegypti, Belo Horizonte atingiu, em 2012, o menor patamar dos últimos quatro anos para o mês de janeiro. De 3,9% em janeiro de 2009, o índice caiu para 3,1% este ano; o que representa médio risco de infestação predial na cidade.

Reinaldo-Preto Sacolão (PMDB) elogiou o trabalho da Prefeitura no combate à dengue, mas chamou atenção para o problema dos terrenos particulares baldios, focos do mosquito: “Não adianta eu fazer a minha parte e conscientizar o meu vizinho, se a área próxima está infestada de larvas”. A mesma preocupação foi exposta por outro membro da Comissão, Márcio Almeida (PRP). Segundo ele, deve haver, em parceria com os outros entes da Federação, mais investimento em saneamento básico para enfrentar o problema: “O estado e a União também têm que contribuir. Só a Prefeitura não dá conta”.

Conscientização contra lixo em córregos

Paralelamente, a existência de córregos onde são jogados entulhos também foi citada pelos membros, e foi solicitada uma resposta da Prefeitura. O secretário Municipal Adjunto de Saúde, Fabiano Geraldo Pimenta Júnior, informou que “não é função específica da Secretaria de Saúde promover limpeza em córregos”, mas esclareceu que nas regionais existem equipes multitarefas que tratam do assunto. Ele também acentuou que deve haver uma conscientização das pessoas no sentido de não jogar lixo nos córregos - tema recorrente na audiência.

Segundo Pimenta Júnior, a Secretaria realiza ações de conscientização, como a gincana contra a dengue em nove escolas de ensino fundamental da capital, mobilização com as igrejas e o programa Empresa Sem Dengue.

O vereador Toninho Pinheiro da Vila Pinho (PT do B) pediu a atenção do secretário a algumas àreas da Vila Pinho e Castanheiras, "que hoje têm muita dificuldade para colocar os entulhos retirados. O carreto fica muito caro".  

Estratégias de combate ao mosquito

 

Ele também apresentou as ações da Secretaria no combate ao mosquito, cujo trabalho é dividido entre as regionais: vistoria das casas cinco vezes por ano, por mais de 1500 agentes (80% dos casos de foco são residenciais, segundo ele); monitoramento de pontos estratégicos (de maior foco) quinzenalmente; bloqueio de transmissão – o popularmente chamado “fumacê” - cujos aparelhos foram modernizados para minimizar os riscos ao meio ambiente; monitoramento semanal pelas ovitrampas, espécie de “armadilha” que captura os ovos, permitindo verificar a proporção de risco em cada regional, além de mutirões de limpeza em áreas críticas, dentre outras.

Pimenta Júnior citou, ainda, as ações intersetoriais da Pasta: o G10 Dengue, grupo formado com municípios limítrofes de Belo Horizonte para desenvolver ações em conjunto; o Grupo Executivo de Controle da Dengue; o Mutirão de Limpeza, com a participação da SLU; e o Projeto Agente Comunitário de Limpeza Urbana. Ele mencionou a elaboração do Mapa de Risco, que aponta as áreas com maior incidência do mosquito, e algumas ações recentes, como ampliação da vigilância virológica, intensificação das ações proativas para coleta de sangue, visando o diagnóstico, e remuneração variável para agentes de Combate às Endemias e agentes Comunitários de Saúde.

Agentes de endemias enfrentam dificuldades

Essa última medida foi questionada pelo agente de controle de endemias-leste, Ronaldo Oliveira de Paula. Segundo ele, a bonificação fica prejudicada porque, como o material para tampar as caixas d’água (focos de dengue) é de má qualidade, os mosquitos voltam e a remuneração diminui. Ele também citou a dificuldade de trabalhar em áreas de risco. O agente de controle de endemias-Pampulha, Marco Antônio da Cruz, reclamou do mau estado de equipamentos de trabalho (botas e calça). Sobre a bonificação, Pimenta Júnior afirmou que “todos os indicadores foram pactuados com cada uma das categorias envolvidas”.

Os gerentes de Controle de Zoonoses das regionais presentes explicaram as atividades desenvolvidas em cada região, embora todos afirmassem que, de modo geral, seguem as diretrizes do Programa Nacional de Controle da Dengue, do Ministério da Saúde.

Em um ponto todos concordaram: o combate à dengue exige, antes de tudo, uma mudança de comportamento de toda a população. “As pessoas não adotam, na prática, as orientações que recebem”, lamentou o gerente de Controle Zoonoses-Pampulha, Cristiano Fernandes da Costa.

Tatuagem e piercing

Em reunião ordinária que antecedeu a audiência pública, foi aprovado, por unanimidade, o Projeto de Lei nº 1.600/11, de autoria da vereadora Maria Lúcia Scarpelli (PC do B), que proíbe a tatuagem permanente e a colocação de piercing em menores de idade. Segundo o vereador Márcio Almeida (PRP), que votou a favor do projeto, “tatuagens e piercings podem prejudicar os jovens na obtenção do primeiro emprego; nesse sentido, o projeto da vereadora é muito bem-vindo”.

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