Subterrâneos podem ser opção para revitalizar área central

O projeto de construção de estacionamentos subterrâneos poderá ser uma alternativa para revitalizar áreas centrais da capital, além de melhorar as condições de tráfego, segundo sugestão de parlamentares apresentada na audiência pública desta terça-feira (4/10) na CMBH. Promovida pela Comissão de Orçamento e Finanças, a requerimento do vereador Adriano Ventura (PT), o encontro reuniu representantes da Prefeitura Municipal, responsável pela elaboração do projeto.  A previsão é de que sejam investidos cerca de R$ 340 milhões pela iniciativa privada, que poderá explorar o serviço por tempo determinado.   

Segundo o diretor de Planejamento da Empresa de Transportes e Trânsito (BHTRans), Célio Freitas Bousada, estão previstas intervenções na Savassi, Barro Preto, Praça da Assembleia e área hospitalar, com potencial para criação de aproximadamente 4 mil vagas.

“Queremos acompanhar de perto esse trabalho. Quando pensamos nesse projeto, devemos nos lembrar da importância de se ocupar a região central. Há muitos prédios vazios nessa área”, destacou Adriano Ventura. Ele sugeriu que o projeto busque agregar aos estacionamentos subterrâneos outros serviços para a população, a exemplo do que ocorre em outras cidades do mundo.

Célio Freitas afirmou que uma pesquisa de mercado demonstrou a inviabilidade econômica da inclusão de estabelecimentos comerciais nos subterrâneos, mas não descartou a sugestão. “Se a iniciativa privada perceber que pode ser viável, nada impede que ela faça”, ressaltou.

Ele explicou que serão investidos nos estacionamentos cerca de R$ 85 mil por vaga criada, tomando-se como referência um projeto similar em desenvolvimento no município de São Paulo. A BHTrans espera que os estacionamentos subterrâneos permitam também o aumento das faixas para ônibus e mais espaço para ciclovias e pedestres.

De acordo com Freitas, os estudos realizados deverão ir a consulta pública até o fim do ano, por meio de audiências nas quais poderão ser recebidas sugestões e divulgadas mais informações para as empresas interessadas no investimento. “Nossa intenção é assinarmos o início da primeira obra em 2012 ”, afirmou.

Questionado sobre o valor a ser cobrado dos usuários, o secretário municipal adjunto de Desenvolvimento Econômico, Raphael Andrade, explicou que será buscado um ponto de equilíbrio, tendo como base os valores praticados pelo “Faixa Azul”  e pelos estacionamentos privados.

Menos engarrafamentos

A melhoria do trânsito na capital é o principal impacto positivo esperado com o projeto. O diretor da BHTrans citou uma pesquisa realizada na cidade de Los Angeles (EUA), segundo a qual 30% dos congestionamentos são causados por motoristas à procura de vagas. “As pessoas dão duas voltas e meia a mais no quarteirão, o que equivale ao aumento de 1,5 milhão de quilômetros rodados, 178 mil litros de combustível  e 730 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera”, destacou.

“Durante muito tempo, pensamos BH a curto prazo. Temos que pensar soluções de longo prazo. Essa obra será de grande valia, porque a cidade já está estrangulada”, defendeu o vereador Divino Pereira (PMN).  A reunião contou ainda com a presença dos vereadores Paulinho Motorista (PSL), Iran Barbosa (PMDB) e João Bosco Rodrigues, o “João Locadora” (PT).

Assista ao vídeo da reunião

Orçamento

No mesmo encontro, a Comissão aprovou para os dias 13, 14 e 20 de outubro a realização das audiências públicas que debaterão a Lei Orçamentária Anual (LOA) e o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG). Clique aqui para acessar os documentos enviados pela Prefeitura.  

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