Líder da bancada feminina, Janaina Cardoso é entrevistada em videocast
Quando assumiu seu primeiro mandato na Câmara Municipal, Janaina Cardoso (União) foi procurada por duas pessoas que relataram ter perdido animais por complicações após a castração feita pela Prefeitura de Belo Horizonte. Segundo elas, o problema era a abraçadeira de nylon utilizada para fazer ligaduras durante a cirurgia. Janaina mesmo conta ter perdido uma cadela por causa do uso do lacre, conhecido como “enforca gato”. Foi aí que surgiu a ideia de propor o projeto, transformado em lei, que barra a utilização do material na cidade. “O custo para a administração municipal era muito baixo. Mas quando você entrega seu cachorrinho, seu gatinho, para fazer uma cirurgia, quer que a prefeitura use um equipamento adequado e não fique olhando apenas o custo”, afirma a vereadora em entrevista ao videocast Câmara em Foco. Durante a conversa, Janaina fala sobre alguns de seus planos, como o de buscar parceiros na iniciativa privada para ampliar a oferta de atendimento veterinário de forma regionalizada na capital, de sua atuação como líder da bancada feminina e de suas expectativas para o mandato.
Defesa dos animais
Além do projeto que baniu o uso de abraçadeira de nylon nas cirurgias veterinárias em Belo Horizonte, Janaina Cardoso enumera diversas iniciativas em defesa dos animais. Uma delas é a lei, assinada em parceria com o vereador Wanderley Porto (PRD) que adiantou de 2031 para 2026 a proibição total de veículos de tração animal em Belo Horizonte. “A ideia é que em janeiro já não vejamos carroças ou charretes puxadas por cavalos na cidade, e estou confiante que isso irá acontecer”, diz.
Ela também fala de seus planos de buscar parceiros na iniciativa privada para ampliar a oferta de atendimento veterinário de forma regionalizada na capital. E está otimista.
“Como temos atualmente apenas um hospital público veterinário em BH, no bairro Madre Gertrudes, quem está em outras regiões enfrenta muita dificuldade no atendimento. Eu estive com o secretário de Governo, o Guilherme Daltro, e ele falou que é de grande interesse da prefeitura aumentar o número desses atendimentos em outras regionais”, afirma.
Emendas para castração
No bate papo, Janaina Cardoso comenta também sobre um post recente que ela havia feito em suas redes sociais, falando da importância da castração de cães e gatos. A parlamentar, inclusive, destinou R$ 1,6 milhão em emendas para esse fim. “Queremos que a castração seja ampliada e, para isso, precisamos ter mais ações como o 'castramóvel' e todo o equipamento e profissionais necessários”, afirma. Ela usa o exemplo da Holanda, que teria eliminado os animais de rua com uma política séria de castração.
“Nós queremos que Belo Horizonte seja uma cidade modelo quando se fala de castração. Meu sonho é que BH não tenha mais animais de rua”, diz.
Já a respeito do PL 176/2025, que tramita em 1º turno, ela acredita que pode gerar “uma certa polêmica”. A proposta disciplina a implantação e a prestação dos serviços públicos de necrópole para cadáveres e ossos animais em Belo Horizonte. “Muitas pessoas falam assim: ‘ai meu Deus, vai fazer um cemitério para os animais?’. Mas é isso mesmo. A nossa intenção é essa.”
Janaina diz que a falta de um serviço público causa uma série de problemas, como de pessoas que jogam os animais no lixo e de contaminação do solo. “Ter essa preocupação, além de ser um respeito e uma empatia com o corpinho dos animais, é também cuidar do meio ambiente e dos nossos lixeiros, das pessoas que cuidam da nossa cidade com tanta dedicação”, ressalta.
Bancada feminina
À frente da bancada feminina, Janaina Cardoso comemora os avanços desta legislatura. “Eu já assisti a Câmara Municipal com apenas uma mulher. Eram 40 vereadores é só uma vereadora. E isso entristece muito o nosso coração”, afirma. Hoje, a Câmara tem 12 vereadoras. Pela primeira vez, por exemplo, a Comissão de Mulheres não conta com nenhum homem.
“Nossa união tem sido muito importante. Toda a bancada feminina se reuniu e destinou ao Hospital Sofia Feldman um mamógrafo, exatamente para cuidar das mulheres. Isso é fazer política pública para as mulheres”, salienta.
Janaina Cardoso assumiu seu primeiro mandato em 2023, com a renúncia de um parlamentar. Esta é, portanto, sua primeira experiência desde o início de uma legislatura. “Eu tive de trocar a roda com o carro andando. Trabalhei muito e, graças a Deus, conquistei a reeleição”, afirma. Agora, ela garante que ficará os quatro anos. “Não tenho nenhuma intenção de me candidatar a qualquer outro cargo nas próximas eleições. Eu acho que ser vereador é uma das funções mais importantes da política. É o agente que está no dia a dia com o eleitor, que conversa com o eleitor olho no olho”, diz.
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