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Prefeitura e Estado detalham ações em curso no Anel Rodoviário

Assunto: 
MUNICIPALIZAÇÃO
imagem dos presentes no plenário durante audiência pública na câmara de belo horizonte
Fotos: Rafaella Ribeiro/CMBH

As obras necessárias para prevenção de acidentes no Anel Rodoviário e as ações em curso pelo poder público para melhoria na fluidez do trânsito foram debatidas em audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira (26/6) pela Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços. Irlan Melo (Republicanos), solicitante do encontro, destacou que a prioridade, com a municipalização da rodovia, é dar fim aos “gargalos do Anel” que tiram a vida de pedestres e motoristas que trafegam pelo local. O principal deles, segundo o parlamentar, é o trecho do pontilhão da linha férrea, entre os Bairros das Indústrias e Vista Alegre. A execução da obra de ampliação das pistas está estimada em R$ 44 milhões, recurso que o Governo de Minas estaria “correndo atrás”. Do lado da Prefeitura de Belo Horizonte, o representante do Executivo municipal afirmou que “várias ações” já estariam em execução no Anel Rodoviário, como a recuperação de vias, substituição de passarelas e estudos de viabilidade para instalação de uma segunda área de escape.

Gargalos no Anel

Para Irlan Melo, a audiência é continuidade de um trabalho que vem sendo desenvolvido pelo seu mandato desde 2017, quando ingressou na Câmara Municipal. Ele contou que, quando criança, residente no Bairro Betânia, era frequente presenciar mortes em decorrência dos acidentes no Anel Rodoviário. Ele também fez menção à atuação para a garantia da implantação da área de escape na rodovia, localizada entre a BR-040 e o trevo do Betânia. 

Para o parlamentar, no entanto, o Anel Rodoviário ainda apresenta “gargalos” fundamentais que estariam diretamente relacionados com o número de acidentes com vítimas fatais que ocorrem na rodovia. Nesse sentido, ele questionou o representante da prefeitura sobre o pontilhão da linha férrea, entre os Bairros das Indústrias e Vista Alegre; a possibilidade de alargamento do viaduto sobre a Avenida Amazonas; além da implantação de uma segunda área de escape.

Fernando de Oliveira Pessoa, diretor de Gestão do Anel Rodoviário na Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, disse que o Consórcio Metrô BH apresentou uma proposta de projeto para o local. Nesse momento, segundo ele, tanto a PBH quanto o governo estadual estariam buscando uma forma de viabilizar essa obra. “É uma questão de recursos”, disse.

Sobre a possibilidade de alargamento da Avenida Amazonas, Fernando de Oliveira disse que “para resolver, de fato, 100%” seriam necessárias intervenções em pontos diversos, citando os viadutos sobre a Praça São Vicente, Antônio Carlos e Tereza Cristina. Segundo ele, são os estrangulamentos do trânsito nesses pontos que promovem retenção do tráfego no viaduto sobre a Avenida Amazonas e a ocorrência de acidentes. “Então teria que resolver todos esses; mas a gente sabe que resolver todos ao mesmo tempo dificilmente seria possível, teria que haver um investimento muito alto”, disse. 

Já em relação a uma segunda área de escape, Fernando disse que ela já “está no radar” da PBH. Segundo ele, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura estaria se dedicando a obras de caráter “mais imediato”, como na alça da rodovia que dá acesso à Avenida Tereza Cristina - altura do Bairro Madre Gertrude - que estaria somente aguardando a liberação de recursos federais para iniciar.

Pontilhão da linha férrea

O secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias, Pedro Calixto, acrescentou que a avaliação realizada pelo Consórcio Metrô BH indicou a necessidade de demolição do atual pontilhão. Assim, seria construído um novo viaduto, mais largo, quando um novo pontilhão seria instalado e utilizado pela futura "Linha 2" do Metrô de Belo Horizonte. 

De acordo com o secretário, a previsão para que a nova linha esteja em pleno funcionamento é 2028; isso caso a obra de demolição do pontilhão e reconstrução de um novo viaduto saia do papel. “A gente tem o desafio, agora, de recursos financeiros”, disse Pedro, apresentando uma estimativa de R$ 44 milhões para a execução dessa obra -  dinheiro que o Estado estaria “correndo atrás” para viabilizar.

O representante do Executivo estadual acrescentou que o projeto do Rodoanel, ainda em fase de licenciamento, pode retirar parte uma “parte representativa” do tráfego no Anel Rodoviário, sobretudo no que diz respeito ao transporte de carga. “[O Rodoanel] faz parte de um conjunto de investimentos na Região Metropolitana que vão melhorar a mobilidade urbana”, afirmou. A previsão é que as obras do Rodoanel sejam iniciadas em outubro deste ano e concluídas em 2028. A rodovia terá aproximadamente 70 quilômetros de extensão, cruzando oito municípios da RMBH. São eles: Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, São José da Lapa, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Contagem e Betim.

Ações em curso pela Prefeitura

Renato Pires de Oliveira, da Diretoria de Planejamento da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), disse que “várias ações já estão sendo tomadas” pela Prefeitura de BH no Anel Rodoviário, como recapeamento e recuperação de vias, e poda da vegetação às margens da rodovia. Segundo ele, há previsão de alargamento dos viadutos sobre as Avenidas Tereza Cristina, Amazonas e Antônio Carlos, além da BR-040. De acordo com o diretor, a obra do viaduto da Tereza Cristina estaria “mais à frente” das demais, em preparação para a fase interna de licitação, com  “recursos assegurados” pelo governo federal. “Os demais a gente está na fase de análise de viabilidade técnica”, informou.

Outras ações em curso pela prefeitura no Anel Rodoviário são a substituição de passarelas, como as que se localizam próximas às Avenidas Amazonas e Antônio Carlos e no Bairro Olhos Dágua, com licitações sendo preparadas. Sobre a implantação de uma nova área de escape, Renato afirmou que também já estariam sendo realizados estudos de viabilidade para “buscar as melhores áreas”. “O sucesso da primeira área de escape é visível para todos, evitou muitas tragédias”, disse.

Desafios da municipalização

Para o diretor de Gestão do Anel, a municipalização traz dois grandes desafios ao Município. O primeiro é a realização das obras necessárias para redução dos gargalos causadores dos principais acidentes na rodovia, uma vez que, segundo ele, o Anel “é inacabado”. Ele citou a falta de marginais ao longo da rodovia e os estrangulamentos ocasionados pelos viadutos sobre as avenidas que atravessam o Anel. O segundo desafio, segundo ele, é o da operação da via e da garantia da segurança, através do controle de velocidade, da manutenção do pavimento em boas condições, bem como da sinalização e iluminação da rodovia. “Tudo isso contribui para que você possa fazer com que a via opere de maneira mais segura possível; e esse é o nosso objetivo”, afirmou Fernando.

Para fazer frente a essas demandas, o representante do Executivo municipal disse que a prefeitura já está implantando 14 novos pontos de câmera para monitoramento do Anel, que se somam aos 10 já existentes. “E através do videomonitoramento, acionar de maneira ágil as equipes de campo para tomar as providências”, disse ele, destacando que essas operações estão sendo realizadas pela BHTrans e pela Guarda Municipal de Belo Horizonte. A implantação de novos radares para controle de velocidade também seria realizada em breve.

“É muita coisa pra ser feita, e já está sendo feita, e de forma coordenada, com várias secretarias trabalhando em conjunto, unindo esforços para conseguir, o mais rapidamente possível, transformar o Anel em um ‘novo Anel’, que possa ser seguro para todos, que possa trazer orgulho para o belo-horizontino”, afirmou Fernando.

“Nós temos agora a oportunidade de ‘descascar esse abacaxi’”, disse Rudson Paixão (Solidariedade), fazendo menção à municipalização do Anel. Ele destacou que as audiências públicas são momentos importantes para que sejam firmados gestos de compromisso entre o poder público, e lamentou a ausência de representantes da VLI Multimodal, concessionária responsável pela administração da linha férrea; e do Consórcio Metrô BH. “Quando a gente vê que muitos convites foram feitos e poucas pessoas vieram, é muito triste e preocupante, mas a gente acredita na força do diálogo e da união”, disse. 

O parlamentar afirmou que a Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços não se furtará à sua responsabilidade de “buscar e lutar”, fazendo menção a soluções efetivas para a prevenção de acidentes com vítimas fatais na rodovia.

Salvar vidas

Irlan Melo reforçou a importância da manutenção de um diálogo permanente entre a Prefeitura de BH e o governo de Minas para a viabilização de todas as obras necessárias no Anel Rodoviário. Ele destacou a urgência do alargamento do pontilhão da linha férrea que, segundo ele, “é o pior de todos” que ocorrem na rodovia, local de grande parte dos acidentes com mortes. 

“Eu tenho muita esperança que a gente possa continuar salvando as vidas ali no Anel Rodoviário; que as pessoas que passam pelo Anel Rodoviário, passem com segurança. O mineiro sempre foi hospitaleiro; então que a gente continue tendo essa hospitalidade no sentido de que, se quiser parar, vai ser bem atendido, mas não pare porque houve um acidente ou algum tipo de problema”, disse o parlamentar.

Superintendência de Comunicação Institucional

Audiência pública para debater a municipalização do Anel Rodoviário Celso Melo Azevedo e a necessidade de ampliação de faixas de tráfego no trecho do pontilhão da linha férrea, entre os bairros das Indústrias e Vista Alegre.

Data publicação: 
quinta-feira, 26 Junho, 2025 - 19:00
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