{mosimage}A capital mineira lançou um marco na história da administração pública estadual, com a inauguração, no dia 4 de março, da Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, no bairro Serra Verde, região de Venda Nova, após mais de um século com todos os órgãos do governo estadual concentrados no centro da cidade.

A presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereadora Luzia Ferreira (PPS), acompanhou a inauguração e destacou a importância administrativa, política e arquitetônica da nova sede do governo para o Estado e para BH. “Está sendo criada uma nova centralidade que sinaliza o desenvolvimento do vetor norte da cidade. A data em que se comemora o centenário de Tancredo Neves é também um símbolo de coerência, ética, democracia, liberdade e compromisso com o Brasil”, afirmou Luzia. 

A solenidade de inauguração foi realizada sob o vão livre do edifício Tiradentes, maior prédio suspenso do mundo, com 147 metros de comprimento e 26 metros de largura. A festa foi marcada por homenagens aos presidentes Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves. Morto em 21 de abril de 1985, menos de quatro meses após ser eleito o primeiro presidente civil, Tancredo Neves, se fosse vivo, completaria cem anos em 4 de março de 2010.

O evento contou com a presença de governadores de vários estados, deputados federais e estaduais, senadores, ministros, prefeitos de cidades mineiras, vereadores de Belo Horizonte, membros do Judiciário e outras autoridades ilustres. Ao todo foram cerca de três mil convidados. Um grupo de servidores e trabalhadores da obra representou 16 mil funcionários públicos. 

A atriz Christiane Torloni, ligada à trajetória política de Tancredo Neves, abriu a cerimônia e demonstrou orgulho de “fazer parte de um momento histórico para o Estado, quando a administração pública ganha em eficiência e racionalidade e inicia um novo eixo de desenvolvimento, colocando Minas Gerais na vanguarda do mundo”. Em seguida, o Hino Nacional foi interpretado pela Cantora Fafá de Belém, musa das “Diretas Já”, em uma apresentação emocionante.

Milton Nascimento cantou a música “Coração de Estudante”, tida como “hino” da Nova República. A canção embalou a exibição de um vídeo contando a trajetória política de Tancredo Neves. Comovido, o governador Aécio Neves fez um pronunciamento agradecendo o apoio de lideranças políticas de todas as correntes ideológicas e filiações partidárias, além da confiança de milhões de mineiros e mineiras que estiveram ao seu lado nos últimos sete anos.

O vice-presidente da República, José Alencar (PRB), em discurso, disse que “a obra engrandece o Estado e tem profundo significado para os mineiros, à medida que traz modernidade e, ao mesmo tempo, reverencia o passado, homenageando o saudoso Tancredo Neves. É uma nova era em que a vida administrativa do Estado ganha força e vitalidade”.

Entre as principais autoridades presentes estavam o ex-presidente Itamar Franco; o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes; o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB); o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB); o deputado federal Ciro Gomes (PSB); o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB); e os governadores de São Paulo, José Serra (PSDB), do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB), do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), e de Santa Catarina, Luís Henrique (PMDB).

A nova sede deve reunir até outubro, quando o processo de transferência terminar, mais de 16 mil servidores. O espaço vai integrar 18 secretarias e 25 órgãos públicos, gerando uma economia anual de R$ 92 milhões aos cofres do Estado.

Com o custo de R$ 1 bilhão, a Cidade Administrativa é um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, com área construída de 265 mil metros quadrados. Niemeyer retomou o projeto urbanístico traçado por Juscelino Kubitschek para Belo Horizonte na década de 1940, quando prefeito da capital mineira. Na época, JK incentivou a urbanização da Pampulha, na zona norte da cidade.

São três prédios principais: o Palácio Tiradentes, com quatro pavimentos suspensos, que abriga a sede do governo, e os edifícios Minas e Gerais, com 116 mil metros cada, onde serão instaladas as secretarias e outros órgãos. Há ainda auditório, centro de convivência e jardim com dois lagos artificiais.

Com a Cidade Administrativa, o governo do Estado torna o vetor norte de Belo Horizonte o novo eixo de crescimento da cidade. Já foram investidos R$ 20 milhões em obras sociais nas comunidades do entorno, com a reforma de 27 escolas públicas, construção de praças, associações comunitárias e melhorias em postos de saúde.