ARTE NA CMBH

Mural sobre história de BH, assinado por Yara Tupynambá, retorna ao Plenário

Câmara também recebeu um retrato do artista Jarbas Juarez Antunes, que marca o início de exposição do acervo artístico da Casa

quarta-feira, 1 Fevereiro, 2023 - 18:15
Presidente da Câmara acompanha entrega de cartões postais com as imagens de Yara Tupynambá ao prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, no Plenário Amynthas de Barros

Foto: Ernandes Ferreira / CMBH

Nesta quarta-feira (1º/2), um mural que retrata o passado e o presente de Belo Horizonte, de autoria de Yara Tupynambá, voltou ao seu lugar de origem, o Plenário Amynthas de Barros, depois de passar seis anos no hall de entrada da Câmara Municipal. O momento contou com a presença da artista, homenageada pelo presidente da Casa, vereador Gabriel (sem partido), com o lançamento de dois cartões postais com a ilustração da obra. Marcela Trópia (Novo), Loíde Gonçalves (Pode), Cida Falabella (Psol) e Fernanda Pereira Altoé (Novo) acompanharam Yara Tupynambá no descerramento da placa comemorativa do retorno da obra ao palco principal das decisões políticas da cidade. O prefeito Fuad Noman (PSD) também participou da cerimônia, marcada ainda pela doação de um quadro de Jarbas Juarez Antunes para o acervo que ficará exposto à visitação pública no Palácio Francisco Bicalho. A pintura traz o retrato de uma mulher do universo dos cafezais do sul de Minas Gerais, imagem relacionada à história do estado. 

Mural histórico

Em vídeo exibido no telão do Plenário, Yara Tupynambá, do alto dos seus 90 anos de idade, explicou detalhes da obra “Belo Horizonte: do século XVIII ao século XXI”, composta por dois painéis de 12X2m cada. O primeiro mural traz imagens como a do bandeirante João Leite Ortiz, que veio para a região plantar milho e feijão, numa época em que os habitantes da então capital de Minas Gerais, Ouro Preto, atravessavam um período de fome. Os primeiros imigrantes da região e a Rua Sabará também foram retratados, bem como os operários da capital mineira. O outro painel tem imagens como a da comissão construtora de Belo Horizonte, famílias mineiras, a reinvindicação de mulheres pela igualdade e de homens por democracia e liberdade e pessoas de diferentes etnias. Ele também mostra um vereador palestrando e a representação da cidade ideal, com crianças brincando nas ruas e um anjo da liberdade em busca da justiça. “O mural é um livro aberto onde lê o povo”, disse Tupynambá durante o evento, citanto o muralista Diego Rivera. 

“Belo Horizonte é a aldeia de onde parto para enxergar o mundo e onde construí toda a minha obra”, completou a artista, citando uma geração de nomes que estimularam a cultura da capital mineira, ente eles Jarbas Juarez. “A arte é um lenitivo da alma, é um momento de paz espiritual e é isso que a Casa está oferecendo a vocês”, concluiu. Parte importante da obra da artista retrata murais históricos, entre eles o Mural Inconfidência Mineira, exposto na Reitoria da UFMG, o Mural Caminho dos Bandeirantes, no Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), e o mural Uma História de Minas, no Tribunal de Contas. 

Retrato mineiro

Após a homenagem a Tupynambá, Gabriel mencionou que a Câmara tem obras de artistas como Amílcar de Castro e Maria Helena André, e que a falta de uma obra do escultor, pintor, gravador, ilustrador e jornalista Jarbas Juarez Antunes foi encerrada com a doação do retrato Moça na sacada colonial. “Esse artista acaba de inaugurar o que será a maior galeria de arte da cidade”, disse o presidente. A expectativa é que a CMBH seja transformada em um grande espaço para mostra de arte e de itens de valor histórico, que retratem a memória da capital.

O retrato Moça na sacada colonial, com as dimensões 80 cm x 50 cm, mostra uma imagem de mulher na sacada com chapéu de fundo branco, e pertence à fase mais recente da obra do artista. Jarbas agradeceu e disse estar muito honrado, reforçando a importância que o artista represente o seu universo, conforme as palavras do escritor Tolstói. O pintor disse que sua obra gira em torno de mulheres do sul de minas, de Nepomuceno, da época dos cafezais. “O quadro é uma pintura acompanhada de colagem e tem um papel de presente que ganhei de Yara Tupynambá, colado à mão, e a parte branca do chapéu é feita com a técnica de gravação, com motor de dentista”, explicou. 

Superintendência de Comunicação Institucional

Homenagem a Yara Tupynambá e reinstalação do mural BH: do século XVIII ao séculoXXI