ATO PÚBLICO

Comunidade se mobiliza para preservar Mata do Planalto

{mosimage}Como mudar o mundo diplomaticamente é um processo demorado e, sozinho, uma tarefa impossível, fazer a sua parte para melhorá-lo é a mensagem que os moradores dos bairros Planalto, Campo Alegre, Vila Clóris e Itapoã esperam passar para o resto da cidade de Belo Horizonte.
segunda-feira, 15 Março, 2010 - 21:00
{mosimage}Como mudar o mundo diplomaticamente é um processo demorado e, sozinho, uma tarefa impossível, fazer a sua parte para melhorá-lo é a mensagem que os moradores dos bairros Planalto, Campo Alegre, Vila Clóris e Itapoã esperam passar para o resto da cidade de Belo Horizonte. Por meio das respectivas associações de bairros, e contando com o apoio dos vereadores Leonardo Mattos (PV); Silvinho Rezende (PT), 2º vice-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte; Elaine Matozinhos (PTB); e Edinho Ribeiro (PTdoB), a população local realizou uma passeata no último domingo, dia 14, e marcou uma audiência pública na Câmara, na próxima quinta-feira, dia 18, para tentar preservar a Mata do Planalto, também conhecida por Mata do Maciel.
A área em questão possui 11,8 hectares (o equivalente a quase 11 campos de futebol), cinco nascentes, grande diversidade de fauna e flora e pertence a um particular que vendeu parte do terreno para a Construtora Rossi, que pretende construir, no local, um empreendimento imobiliário que consiste em 12 prédios de 10 andares cada um, com espaço para sete mil vagas de carros.

Além do espaço já loteado, o proprietário pode negociar o restante da área a qualquer momento, devido à grande especulação imobiliária da região.

Impacto de obra

De acordo com representantes da Associação dos Moradores do Bairro Planalto e Adjacências (Acpad), Antônio Matoso Bisneto, e da Associação dos Moradores do Bairro Campo Alegre, Antônio Matias de Sousa, o projeto da construtora, ao qual já tiveram acesso, não dá importância devida à área, no que se refere ao meio ambiente. “Quando arrancam árvores, algo que a natureza nos oferece, para colocarem no lugar concreto, é claro que haverá agressão!”, reclamou Bisneto. O projeto vai destinar, da área total, 4,4 hectares para a Prefeitura e 3,6 hectares para o condomínio para a construção de parques.

A preocupação dos moradores é de que o impacto causado pela obra afetará o micro-clima regional e de toda a cidade. “A comunidade não quer que mexam na mata. Querem que deixem do jeito que está”, declarou Matias. A área já fora prejudicada com a construção de dois edifícios no seu entorno, com cerca de 800 moradias, na qual não se previa um adequado sistema de esgoto, prejudicando uma nascente da região, que passou a receber os dejetos dos prédios.

Destacando que o ideal seria que a cidade tivesse mais “manchas verdes” do que “manchas de concreto”, o vereador Leonardo Mattos afirmou que a audiência pública marcada sobre o tema servirá para encontrar uma forma de ouvir todas as partes: os moradores, a construtora, a Prefeitura e o proprietário.
“Não podemos impedir que uma mata seja degradada, mas também não podemos deixar que o seu dono fique o prejuízo. Tudo isso será discutido na audiência”, alegou Leonardo Mattos. “Mas temos que aguardar a audiência, pois estamos em uma fase embrionária do assunto. Além do mais, temos que analisar o estudo de impacto ambiental do empreendimento. E é essencial que a Prefeitura seja mais combativa em relação ao meio ambiente.”, declarou o parlamentar.

A vereadora Elaine Matozinhos decretou que “a Câmara Municipal tem o dever de fiscalizar a situação. Vamos ser mais vigilantes, pois a mata precisa ser preservada. Após a audiência, enviarei todo expediente para o Ministério Público, o fiscalizador legal, que será o parceiro fundamental da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, pois é o único jeito de tentarmos resolver esta situação”, acrescentou. 

Edinho Ribeiro ressaltou que a questão ambiental tem que ser cuidada com muito carinho. “Hoje a gente perde uma área verde, amanhã será outra, e assim vai. Juntando, a cidade vai ter uma perda enorme de matas, o que vai causar um impacto muito grande em todo o ecossistema”. Por isso, avalia o parlamentar, a audiência sobre a mata do planalto “vai ser o momento de arguir o assunto. Vamos tentar reverter a situação, mesmo sabendo que será uma tarefa muito difícil”, declarou..

Passeata

De acordo com a Acpad, cerca de 500 pessoas participaram da passeata pelas ruas ao redor do parque até a rua São José do Jacurí com Diná Paula da Silva; realizaram, em seguida, um abraço simbólico da mata. “A passeata mostrou para as autoridades que não tinham conhecimento do assunto a importância de se buscar uma solução para que a comunidade não seja prejudicada”, declarou o vereador Silvinho Rezende. “Foi um ato bacana, pacifico”, comentou o parlamentar.
A mobilização teve sua concentração às 9h30 na avenida Cristiano Guimarães, bairro Planalto, e perdurou até às 12h. Já a audiência pública do dia 18 de março está marcada para as 13h, no Plenário Helvécio Arantes, durante a reunião da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana.

Atualmente, a preservação do meio ambiente é uma temática recorrente em todas as esferas da sociedade. Fóruns internacionais sobre o tema, como a 15ª Conferência das Partes (COP 15), da ONU, realizada em Copenhague, Dinamarca, entre os dias 7 a 18 de dezembro de 2009, em que chefes de estado se reuniram para discutir e debater fórmulas para solucionar e diminuir os problemas decorrentes das mudanças climáticas, apenas apresentam a necessidade de mudar este cenário preocupante que vem se instalando em um nível global.

Informações na Superintendência de Comunicação Institucional (3555-1105/1445)