BILHETAGEM ELETRÔNICA

Câmara discute novos postos de venda e recarga para cartão BHBus

Associação de Usuários quer aumentar os postos de venda e recarga dos cartões BHbus A partir de uma audiência pública realizada no final do primeiro semestre deste ano, para discutir a possibilidade de adoção de meia tarifa no transporte suplementar, a vereadora Luzia Ferreira (PPS) recebeu outro tipo de demanda chegando ao gabinete: um pedido de intervenção junto
terça-feira, 28 Agosto, 2007 - 21:00
Associação de Usuários quer aumentar os postos de venda e recarga dos cartões BHbus A partir de uma audiência pública realizada no final do primeiro semestre deste ano, para discutir a possibilidade de adoção de meia tarifa no transporte suplementar, a vereadora Luzia Ferreira (PPS) recebeu outro tipo de demanda chegando ao gabinete: um pedido de intervenção junto aos órgãos competentes, no sentido de se ampliar o número de postos para venda e recarga dos cartões BHBus.

Com base nessa solicitação, a vereadora convocou uma reunião pública, realizada ontem, dia 28 de agosto, às 10 horas, no plenário Camil Caram. O evento contou com representantes da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans); Transfácil (consórcio firmado pelas empresas de transporte e tem a responsabilidade de operar o sistema e bilhetagem e comercializar os créditos eletrônicos); Sindicato  das  Empresas de Transporte coletivo de Belo Horizonte (Setra/BH);  Caixa Econômica Federal (CEF);  Sindicato dos Revendedores Lotéricos de BH (SONCOEMG) e Associações de Usuários, para discutir  o assunto.

O superintendente da Transfácil, Luiz Cláudio Rocha, explicou que 81% dos 780 mil usuários da bilhetagem eletrônica em Belo Horizonte (dentro de um universo de um milhão e meio de passageiros/dia) usam o vale transporte e fazem o pedido de crédito pela internet ou por telefone.
 
Os outros 19% utilizam o cartão usuário, que pode ser comprado e recarregado em qualquer uma das 19 estações do metrô de BH, nas cinco estações do BHBus ou ainda em 23 pontos comerciais como drogarias, farmácias e papelarias.

Venda e recarga

Ainda de acordo com Luiz Cláudio, a Transfácil está com um projeto piloto, envolvendo 500 ônibus das linhas circulares, que atendem também as regiões de Venda Nova e São Gabriel, permitindo a compra e recarga do cartão usuário dentro dos veículos.

O presidente do sindicato das Casas Lotéricas, Marcelo Gomes de Araújo, ponderou que o sistema de transporte coletivo adotou a bilhetagem eletrônica para evitar o uso do dinheiro dentro dos coletivos. Dessa forma, não faz sentido vender cartões e recarregá-los nos ônibus, o que pode provocar riscos a passageiros, motoristas e operadores.

Ele sugeriu que a Transfácil permita esse comércio nas casas lotéricas, por meio de parcerias com a Caixa Econômica Federal. “Já temos o risco inerente à nossa atividade. Somos 280 lojas espalhadas por Belo Horizonte e mais de 80% da população da cidade utiliza nossos serviços”, informou.

O representante da CEF, Flávio Faria Felicíssimo, condicionou a liberação da venda dos cartões nas casas lotéricas à disponibilidade de tecnologia. “Em São Paulo já fazemos a venda e recarga nas casas de loteria e a adoção em BH é apenas uma questão de discutir os aspectos técnicos da medida”, concluiu.

O diretor de Atendimento e Informação da BHTrans, Cássio Almeida, informou que a empresa está trabalhando para aumentar o número de pontos de vendas do cartão, “embora  não tenhamos identificado nenhuma  demanda do usuário nesse sentido. Mas como o nosso  objetivo é facilitar a vida do usuário achamos que é possível ampliar estes pontos”.

Ombudsman da BHTrans, Henrique Bizzotto, questionou como seria feita a  recarga a bordo. “Se o cartão usuário não tem identificação. E como garantir o dinheiro e a indenização àquelas pessoas que perdem o cartão e querem bloqueá-lo?” Bizzoto sugeriu, ainda, uma reunião par  discutir a adoção  do cartão metropolitano porque, segundo ele, deve haver comunicação entre todo o sistema de transporte coletivo da Região Metropolitana  de BH.

Os representantes do Conselho Municipal de Transporte, Ibiracy José do Carmo e da Associação dos Usuários do Transporte Coletivo, Gislaine dos Reis, disseram que a ampliação dos pontos de venda e recarga facilita a vida do usuário, mas destacaram que o grande problema é com relação à compra do cartão, já que muitos usuários não sabem onde encontrá-lo.

Outra ressalva dos representantes dos usuários é com relação ao impacto que esta expansão trará ao preço das tarifas. “Vender o cartão em supermercado e em casa de loteria, seria muito bom para os passageiros, mas sabemos que ninguém vende nada pelo simples prazer de vender. É claro que o comerciante vai querer tirar algum lucro neste processo. E como fica o preço da passagem?”, ponderou Ibiracy.

Fórum

No final da reunião, o vereador Totó Teixeira (PR), presidente da Câmara Municipal, lembrou aos participantes que no próximo final de semana a Câmara Municipal de BH vai sediar o Fórum Metropolitano e que esta é uma oportunidade para se discutir a questão do transporte e da integração deste serviço dentro da RMBH.  Participou, também, da reunião o vereador Paulo Lamac (PT).

A criação ou não de novos pontos de venda e recarga será definida em nova reunião entre BHtrans, Transfácil, CEF, Casas Lotéricas e usuários do transporte, segundo a vereadora  Luzia Ferreira. “Nossa intenção era a de iniciar o debate e agora vamos esperar uma definição. Se não acontecer nós faremos nova discussão”, encerrou a parlamentar.

Informações no gabinete da vereadora Luzia Ferreira (3555-1303/1304)