IDEOLOGIA DE GÊNERO

Discussão sobre ideologia de gênero gera polêmica em reunião

Documento enviado à PBH pede retirada de livros didáticos sobre o assunto distribuídos a alunos do ensino fundamental

quinta-feira, 7 Abril, 2016 - 00:00
Documento enviado à PBH pede retirada de livros didáticos sobre ideologia de gênero - Foto: Rafa Aguiar

Documento enviado à PBH pede retirada de livros didáticos sobre ideologia de gênero - Foto: Rafa Aguiar

Manifestantes contrários e a favor da disseminação da ideologia de gênero nas escolas estiveram presentes, nesta quinta-feira (7/4), em reunião ordinária da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo, na Câmara Municipal. O comparecimento foi motivado por correspondência da direção do Colegiado da Rede Estadual da Ação pela Família, encaminhada à comissão e enviada à prefeitura, solicitando a retirada de livros didáticos que incluiriam questões sobre o tema, distribuídos para o 1º ciclo da educação fundamental.

Para a cientista política Viviane Pettinelli, há uma ingerência do estado em relação a uma esfera privada, que é a família, para tratar de questões morais. Ressaltando que não se trata de discriminação, Pettinelli lembrou que foram sancionados o Plano Nacional de Educação e o Plano Municipal de Educação, que proíbem essa ingerência da escola dentro da família.  “A sociedade brasileira, de maioria cristã, é totalmente contrária à doutrina que nossas crianças e adolescentes recebem em casa”, completou.

Outra perspectiva

O estudante Alberto Francisco de Almeida Ramos, da Escola Municipal Olegário Maciel, considera, por sua vez, uma atitude antidemocrática censurar a educação. Ele afirmou que, hoje, a classe LGBT sofre enorme pressão no Brasil, que é o país que mais mata transexuais no mundo. “Isso acontece porque as pessoas não têm conscientização. Daí, a razão de se aprender sobre gêneros nas escolas, para acabar com esse preconceito”, constatou Ramos.

De acordo com o vereador Arnaldo Godoy (PT), um grupo de pais e de mães não compreendem a questão de gênero, da homossexualidade e a nova configuração da família brasileira. Por isso, não querem que a discussão do tema nas escolas. “A Secretaria Municipal de Educação certamente não acolherá a correspondência enviada, considerando que esse pedido é insensato, retrógrado e conservador”, argumentou Godoy.

Já o vereador Professor Wendel (PSB) defendeu a retirada desses livros didáticos das escolas, acreditando que esse tipo de abordagem junto às crianças poderá induzir comportamentos futuros.

Olimpíadas

Na reunião, foi aprovado, em 1º turno, o PL 1848/16, de autoria do Executivo, que dispõe sobre medidas relativas aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. O projeto cuida do licenciamento de eventos, estabelecimentos e atividades em geral, no período de competições, levando em conta as excepcionalidades relativas à segurança, à mobilidade, à logística, ao planejamento e à garantia de boa prestação de serviços.

Cultura

Por meio de requerimento, a comissão também aprovou pedido de informação à Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e à Secretaria Municipal de Educação, a respeito do ensino sobre história e cultura afro-brasileira nas escolas, esclarecendo de que forma ele está sendo ministrado no currículo escolar. Foi aprovado, ainda, requerimento solicitando a realização de audiência pública no dia 5/5, às 13h30, para debater o PL 1871/16, que dispõe sobre a política municipal de fomento à cultura.

Também estiveram presentes na reunião os vereadores Gunda (PRP), Sérgio Fernando Pinho Tavares (PV) e Professor Wendel (PSB).

Veja o vídeo completo da reunião.

Superintendência de Comunicação Institucional