POLÍTICAS PARA TERCEIRA IDADE

Especialistas defendem serviço de assistência diurna ao idoso

O aumento da expectativa de vida representa um envelhecimento da população, o que tem preocupado e mobilizado os parlamentares na busca por políticas em atenção a esse público. Na semana em que se comemora o Dia Nacional do Idoso (1º/10), a Câmara Municipal recebeu especialistas e gestores públicos para debater o tema no Seminário Políticas de Cuidados para Idosos. Convidados defenderam a criação de centros públicos de atendimento ao idoso nas nove regionais.

quarta-feira, 30 Setembro, 2015 - 00:00
Especialistas defendem serviço de assistência diurna ao idoso. Foto: Bernardo Dias/CMBH

Especialistas defendem serviço de assistência diurna ao idoso. Foto: Bernardo Dias/CMBH

Dados do IBGE indicam que a população do país atingirá 32 milhões de idosos nos próximos 10 anos. Na mesma perspectiva, em 30 anos, uma em cada quatro pessoas estará na terceira idade. O aumento da expectativa de vida representa um envelhecimento da população, o que tem preocupado e mobilizado os parlamentares na busca por políticas de estado em atenção a esse público. Na semana em que se comemora o Dia Nacional do Idoso (1º/10), a Câmara Municipal recebeu especialistas e gestores públicos para debater o tema no Seminário Políticas de Cuidados para Idosos, realizado pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, na tarde desta quarta-feira (30/9). Convidados defenderam a criação de centros públicos de atendimento ao idoso nas nove regionais.

“O cuidado com o idoso é ainda um direito oculto da nossa constituição. Na prática, o Estado não reconhece a velhice como questão de relevância social”, denunciou a pesquisadora e médica geriatra Dra. Karla Giacomin, apontando a deficiência do serviço público municipal de saúde e assistência social em atenção ao idoso. A pesquisadora destacou a grande responsabilização das famílias pelo cuidado com a pessoa idosa e a falta de amparo do Estado nesse atendimento, especialmente para os idosos com algum tipo de dependência. Para o idoso autônomo, existem grupos de convivência e diferentes projetos de recreação, no entanto, para aqueles que demandam cuidados especiais ou mesmo acompanhamento em tempo integral, faltam na cidade os chamados “centros dia”, unidades de atendimento diurno, preparadas para receber, alimentar, auxiliar no banho e realizar atividades de lazer com essas pessoas.

Giacomin alertou que o problema não seria legislativo, mas cultural. “Leis não faltam. Mas as que existem seguem sendo, solenemente, ignoradas pelo poder público. Infelizmente, a velhice ainda é sinônimo de decadência”, lamentou a pesquisadora, apontando as formas estereotipadas de representação da imagem do idoso, sempre debilitado e carente.

Políticas públicas

À frente da Coordenadoria do Idoso da Secretaria Municipal de Políticas Sociais, Maria Fontana explicou que Belo Horizonte conta hoje com um centro dia, projetado com essa perspectiva, mas que funciona como espaço de convivência. “Assim como o Centro de Referência do Idoso, essa unidade também atende somente idosos autônomos”, destacou a gestora, defendendo a criação efetiva de centros dia nas nove regionais administrativas. Fontana lembrou ainda o processo de criação do novo Plano Municipal do Idoso, já em fase final de diagnóstico, que vai estabelecer as diretrizes municipais para políticas públicas em defesa do idoso para os próximos 10 anos.

Convidado a participar do encontro, o procurador de justiça da Coordenadoria de Proteção da Pessoa Idosa, Bertoldo Mateus, falou sobre a importância do seminário e da necessidade de esforços conjuntos para que as políticas de interesse do idoso avancem.     

Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Idoso e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, o vereador Adriano Ventura (PT) falou sobre a necessidade de ações urgentes já que a população idosa no país será superior a 32 milhões de pessoas em 2025. 

Autor do requerimento para realização do seminário e presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, Leonardo Mattos (PV) apontou para a importância de se planejar as ações de forma interdisciplinar. O parlamentar destacou que a atenção e o cuidado com a terceira idade não podem se resumir ao atendimento de saúde, defendendo a prática de esportes, o acesso ao transporte coletivo, a adequação das vias públicas para pessoas com mobilidade reduzida e a oferta de atividades de lazer.

“É importante trazer esse tema para o Legislativo e lutar para que a sociedade tenha uma convivência sadia com a população idosa”, defendeu Leonardo Mattos, propondo que os vereadores façam a mediação do debate entre a comunidade e as diferentes secretarias municipais. “As famílias estão desamparadas. Vamos lutar pela implantação das unidades centro dia em cada uma das nove regionais”, afirmou.

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Superintendência de Comunicação Institucional