Plenário

Crenças religiosas e orientação sexual assumiram a pauta de debates

Tema de grande repercussão no país, em razão das manifestações realizadas durante a 19ª Parada do Orgulho LGBT em São Paulo, no último domingo (7/6), o combate à homofobia, assim como à intolerância religiosa, pautou a reunião plenária na tarde desta terça-feira (9/6). Os parlamentares discutiram ainda o plano de mobilidade na capital, apontando problemas na implantação do Move e o adiamento constante do projeto de ampliação do metrô. A reunião foi encerrada antes da votação dos projetos em pauta.

terça-feira, 9 Junho, 2015 - 00:00
Crenças religiosas e orientação sexual assumiram a pauta de debates na reunião plenária. Foto: Mila Milowski/CMBH

Crenças religiosas e orientação sexual assumiram a pauta de debates na reunião plenária. Foto: Mila Milowski/CMBH

Tema de grande repercussão no país, em razão das manifestações realizadas durante a 19ª Parada do Orgulho LGBT em São Paulo, no último domingo (7/6), o combate à homofobia, assim como à intolerância religiosa, pautou a reunião plenária na tarde desta terça-feira (9/6). Imagens de modelos transexuais e homossexuais crucificadas provocaram a revolta de vereadores da bancada evangélica - que se sentiram ofendidos com a intervenção - assim como estimularam a reflexão de outros parlamentares sobre o grande número de mortes e outros casos de violência que atingem pessoas homossexuais, bissexuais, transexuais, transgêneros e travestis em todo o Brasil. Os vereadores discutiram ainda o plano de mobilidade na capital, apontando problemas na implantação do Move e o adiamento constante do projeto de ampliação do metrô. A reunião foi encerrada antes da votação dos projetos em pauta, por falta de quórum.

Para o vereador Autair Gomes (PSC), a encenação de “Jesus Cristo dando um beijo gay é uma ofensa à nossa fé, à nossa crença”, considerando como falta de respeito a realização das manifestações diante de templos religiosos com a utilização de símbolos do cristianismo, como o crucifixo. O vereador defendeu seu direito de discordar das imagens encenadas, afirmando que “no entanto, não diz palavras de ódio incitando a violência contra nenhuma pessoa. Seja homossexual, mulher, negro ou nordestino”, concluiu.

“O assassinato de um homossexual não é um crime genérico, é sempre um crime de ódio. Essas pessoas são atacadas diuturnamente por sua orientação sexual, e isso pouco importa. Quando morre uma travesti, isso não é investigado como deveria”, alertou o vereador Leonardo Mattos (PV), explicando que as intervenções cênicas na Parada LGBT são respostas a agressões anteriores, ao fundamentalismo religioso levado aos espaços políticos, que interfere no acesso dessas pessoas a direitos civis. “Essas manifestações não podem servir como uma semente fértil do ódio. Essa Casa precisa propor é o respeito à diferença, atuando de forma verdadeiramente solidária à diversidade”, defendeu.

Mobilidade

Questão que se arrasta na cidade há mais de 20 anos, a necessidade de ampliação do metrô foi trazida à pauta pelo vereador Juliano Lopes (SD). O parlamentar questionou o recente anúncio do repasse de R$ 10 bilhões para instalação do que seria a Linha 2 do metrô, ligando os bairros Barreiro e Nova Suíça. “Então os usuários viriam do Barreiro até a região Oeste, desceriam no Nova Suíça e iriam à pé até o Centro?”, ironizou o vereador, apontando a ineficácia do projeto, que não atenderia ao fluxo de pessoas que buscam chegar à região central da cidade.

Já o vereador Jorge Santos (PRB) destacou os problemas enfrentados pelos motoristas que trafegam na Avenida Cristiano Machado e outras vias da cidade onde foram instaladas faixas exclusivas para o BRT. “A questão não é o Move, mas o planejamento da BHTrans e o local de instalação dos radares”, alertou. Conforme denúncias trazidas pelo parlamentar, nas avenidas em que a faixa exclusiva está na pista da direita, o comércio tem sofrido com a queda no faturamento. Os motoristas estariam receosos de circular, ainda que brevemente, pela pista lateral, e serem multados pelos radares instalados, muitas vezes, em locais escondidos ou logo na entrada dos estabelecimentos. “Radares que tenham a função educativa devem ser instalados, mas não em locais estratégicos apenas para arrecadação”, afirmou.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional