PROMESSA DE MELHORIA

Comunidade denunciou precariedade do serviço de saúde na Nordeste

Plano emergencial e PPP para novos centros são apostas da PBH para solucionar o problema

sexta-feira, 29 Maio, 2015 - 00:00
Comunidade denunciou precariedade do serviço de saúde na Nordeste. Foto: Mila Milowski/CMBH

Comunidade denunciou precariedade do serviço de saúde na Nordeste. Foto: Mila Milowski/CMBH

Apontada como um dos principais gargalos da saúde e amplamente discutida em audiência pública no início da semana, a Regional Nordeste voltou à pauta da Comissão de Saúde e Saneamento na tarde desta sexta-feira (29/5). Usuários e trabalhadores das unidades de saúde da região denunciaram a falta de estrutura, de materiais e de equipes médicas para atendimento à crescente demanda local. A Prefeitura anunciou que desenvolverá um plano emergencial de recomposição das equipes e ampliação dos espaços, temporariamente, até que se cumpram as obras de reconstrução dos centros de saúde por meio de parceria público-privada (PPP). O edital de licitação está em andamento, e a previsão é de que as unidades estejam conclusas em até dois anos.

Co-autor do requerimento para a audiência, junto ao vereador Gilson Reis (PCdoB), o vereador Reinaldo Preto Sacolão (PMDB) explicou que a Regional Nordeste era considerada área de risco e, em razão disso, não recebia muitos investimentos. No entanto, nos últimos anos, “a região se tornou de grande interesse do mercado imobiliário, mas os equipamentos públicos não acompanharam o crescimento populacional. Faltam diversos serviços, como escolas, estrutura de transporte e unidades de saúde”, pontuou o parlamentar.

Representante do Centro de Saúde Olavo Albino, Aparecida Oliveira destacou que, em razão da construção de milhares de unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) na região, o número de usuários do sistema de saúde cresceu em cerca de 32 mil pessoas. “Os cinco centros de saúde que temos nos bairros do entorno não suportam o aumento da demanda. Precisamos de mais equipes do Programa Saúde da Família e ampliação dos espaços para atendimento”, reivindicou a moradora.

Em coro com os usuários e representantes das comunidades locais, o vereador Gilson Reis destacou que, para receber os recursos do MCMV, as prefeituras são obrigadas a garantir infraestrutura urbana e serviços básicos no entorno das unidades habitacionais, como escolas, centros de saúde, transporte público, saneamento e lazer. “E onde está essa contrapartida? Por que esses recursos não foram aplicados pela Prefeitura? Queremos saber onde está o dinheiro”, cobrou a conselheira municipal de habitação, Eliete Soares, representante da comunidade do Bairro São Gabriel.

Falta de estrutura

Já com dificuldades para atender os cerca de 15mil usuários cadastrados, o Centro de Saúde Marivanda Baleeiro (Bairro Paulo VI) teve sua demanda ampliada em quase 8mil pessoas, o que tem preocupado e trazido grandes transtornos à comunidade. Falta de espaço para atendimento, ventilação precária e goteiras em períodos de chuva estão entre as dezenas de problemas apontados pela população. A situação havia sido avaliada pelos vereadores da comissão em visita técnica aos dois centros de saúde na última semana (20/5).

As lideranças locais destacaram a necessidade de se ampliar o C.S. Marivanda Baleeiro ou de construir uma nova unidade ali mesmo. “A nova unidade prevista na PPP da saúde não vai resolver o problema do Marivanda. O local é longe dali, no alto do morro. Os moradores do condomínio Parque Real (que reúne mais de 2500 famílias atendidas pelo MCMV) continuarão utilizando o Marivanda”, alertou Edmar Branco, liderança do Bairro Paulo VI.

Plano Emergencial e PPP da saúde

Representante da Secretaria Municipal de Saúde, a gerente de saúde da Regional Nordeste, Maria Cristina Ramos, reconheceu que a situação é grave e anunciou que desenvolverá um plano emergencial de ampliação das equipes do PSF no C.S. Marivanda Baleeiro e no C.S. Olavo Albino. Ainda, devem ser instalados contêiners equipados para atendimento nesses locais e no C.S. Maria Goretti. Já para auxiliar no atendimento do C.S. São Gabriel, deve ser alugado um galpão no entorno da unidade. Em relação ao C.S. Vila Maria, a prefeitura explicou que o local não comporta novas equipes, mas fará estudos para buscar soluções temporárias, até que se cumpram as obras de reconstrução dos centros de saúde por meio de parceria público-privada (PPP). As obras, previstas em 2011, são objeto de licitação pública ainda em andamento, com previsão de início no próximo semestree conclusão em até dois anos.

Encaminhamentos

“O posicionamento da Prefeitura nos dá alguma esperança, mas vamos seguir acompanhando e cobrando soluções e melhorias”, afirmou Preto Sacolão, destacando que irá sugerir à secretaria que desenvolva ações de capacitação e qualificação das equipes de atendimento nos centros de saúde.

Participaram da reunião os vereadores Reinaldo Preto Sacolão (PMDB), Gilson Reis (PCdoB) e Márcio Almeida (PRP).

Veja o vídeo completo da reunião.

Superintendência de Comunicação Institucional