GUARARAPES

Comunidade impactada pela queda do viaduto cobra solução de danos

Moradores do entorno e comerciantes locais debateram o tema em audiência pública

sexta-feira, 24 Abril, 2015 - 00:00
Comunidade impactada pela queda do viaduto cobra solução de danos. Imagem: TV Câmara/CMBH

Comunidade impactada pela queda do viaduto cobra solução de danos. Imagem: TV Câmara/CMBH

Clientela reduzida, diminuição expressiva nas vendas e alto número de demissões estão entre as principais consequências apontadas pelos comerciantes da região após o desabamento de uma das alças do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Av. Pedro I, vetor Norte da capital. Ocorrida em julho do ano passado, a tragédia matou duas pessoas, deixou 23 feridos e impactou diretamente moradores e lojistas do entorno. O tema foi debatido em audiência pública, na noite da última quinta-feira (23/4), realizada pela Comissão Especial de Estudos composta para estudar o caso, apurando as causas e responsabilidades pela queda.

A reunião in loco permitiu aos vereadores visitar cada uma das lojas afetadas para ouvir dos trabalhadores as principais demandas. “Passado quase um ano da tragédia, o comércio agora é que está se estruturando, está se reerguendo”, pontuou o vereador Bruno Miranda (PDT), apontando os impactos das obras de construção e da interdição no local após a queda. “Os comerciantes são unânimes em apelar à Prefeitura que não faça nenhuma nova intervenção nesse cruzamento. A comunidade alega que o trânsito flui normalmente em horário de pico, não sendo necessário novo viaduto nem trincheira”, completou.

Em visita aos edifícios Antares e Savana, instalados nas proximidades do viaduto, os parlamentares puderam verificar os danos provocados nas estruturas dos prédios, em razão da queda de uma das alças e da implosão do restante. “Vimos muitas janelas e vidros ainda quebrados. Esses são pequenos reparos que a construtora e a Prefeitura já poderiam e deveriam ter feito”, avaliou o vereador Juninho Paim (PT), lembrando que a reparação desses danos seria obrigação das instituições responsáveis pela obra. Autor do requerimento para realização da audiência, o parlamentar defendeu a atuação da comissão junto à comunidade.

Impactos e mitigação

Moradora do edifício Antares, a advogada Kelly Baia lamentou a demora no processo e o descaso da construtora Cowan, responsável pela execução da obra, na solução dos danos. “Somente depois que se ameaçou entrar na justiça é que a Cowan se apresentou para resolver o problema das janelas e vidraças. Ainda assim, temos problemas com o muro rachado, e as primeiras providências ainda vão começar a ser tomadas pela empres”, contou Baia.

Diante da situação, a moradora destacou que muitas pessoas ficaram traumatizadas e com medo de perder suas casas e suas coisas. Agora, o grande receio seria o risco de se fazer uma nova obra no local, “e vivermos tudo isso novamente”, alertou Baia.

“Não é do nosso agrado a proposta de se fazer um novo viaduto ou de se construir uma trincheira”, afirmou a fisioterapeuta Alessandra Harbuim, moradora do entorno. “As obras podem abalar as estruturas e colocar as nossas casas em risco novamente”, completou Harbuim, destacando que aquela é uma região de brejo, portanto, de grande instabilidade no solo.

Para o vereador Silvinho Rezende (PT), “esse trabalho da comissão é muito importante porque fortalece a iniciativa da comunidade, envolvendo vereadores e autoridades, o que poderá trazer uma solução mais rapidamente”, afirmou.

Encaminhamentos

Nova audiência foi agendada já para a próxima semana, buscando novas informações sobre as investigações do ocorrido. “Sentimos que tem ainda muita coisa a se fazer para compensar os moradores e comerciantes”, lembrou Heleno (PHS), apoiando a realização de nova reunião sobre o tema.

De acordo com Henrique Braga (PSDB), a expectativa da comissão é “poder ser útil à comunidade na luta por seus direitos. Na audiência da próxima semana, teremos a participação do delegado responsável pelo caso para que nos ajude a entender o que aconteceu e dar mais informações aos moradores”, destacou o parlamentar.

Na mesma perspectiva, Gilson Reis (PCdoB) referendou o trabalho da comissão, defendendo que o colegiado “continue atuando na apuração junto às instituições responsáveis, mas, fundamentalmente, dê resposta efetiva a essas pessoas”.

Superintendência de Comunicação Institucional