REUNIÃO PLENÁRIA

Abastecimento de água e ciclovia no Barreiro dominaram o "pinga-fogo"

Os reflexos da crise hídrica em Belo Horizonte, os riscos de desabastecimento e a postura do poder público em relação ao problema foram os assuntos predominantes na fala dos parlamentares durante a reunião plenária desta quarta-feira (4/2). A suspensão da implantação de uma ciclovia em uma avenida na região do Barreiro, que desagradou moradores e comerciantes, também foi abordada durante a etapa de pronunciamentos sobre assuntos relevantes, conhecida como “pinga-fogo”.

quarta-feira, 4 Fevereiro, 2015 - 00:00
Na terceira reunião plenária do ano, Legislativo de BH debateu o risco de racionamento de água na capital - Foto: Mila Milowsky

Na terceira reunião plenária do ano, Legislativo de BH debateu o risco de racionamento de água na capital - Foto: Mila Milowsky

Os riscos de desabastecimento de água em Belo Horizonte e a postura do poder público em relação ao problema foram os assuntos mais abordados na terceira reunião plenária da sessão legislativa de 2015, realizada nesta quarta-feira (4/2). A implantação de uma ciclovia em uma avenida na região do Barreiro, que desagradou moradores e comerciantes, também foi tema de pronunciamentos durante o “pinga-fogo”. A reunião foi encerrada antes do início da apreciação das proposições em pauta, por falta de quórum.

Refletindo a preocupação nacional com a crise no abastecimento de água, que também atinge o estado e a capital mineira, diversos parlamentares dedicaram seus pronunciamentos à questão. Jorge Santos (PRB) exibiu aos presentes uma reportagem produzida pelo jornal MG-TV sobre a seca em Minas, que alerta para o risco de colapso dos sistemas que abastecem a RMBH caso se prolongue a falta de chuvas. O vereador apontou aspectos agravantes como construções e deposições irregulares de lixo em áreas de nascentes e deficiências da fiscalização e pediu a aprovação do PL 1332/14, de sua autoria, que proíbe a lavagem de calçadas e cria o serviço Disque Desperdício, com vistas a coibir o mau uso do recurso, e a priorização das matérias que tratam do tema na Casa.

A venda de terrenos de propriedade da Prefeitura de BH no município vizinho de Nova Lima, que abrigam nascentes utilizadas na captação de água para a região sul de BH, prevista no Projeto de Lei 1304/14, do Executivo, foi criticada pelos vereadores Joel Moreira Filho (PTC), Tarcísio Caixeta (PT) e Adriano Ventura (PT). Para Moreira, a venda do patrimônio público, adquirido no passado justamente para garantir a segurança hídrica de BH, “vai na contramão” do que está sendo feito em outros países e cidades do mundo, que buscam a compra e a preservação de áreas de nascentes. 

Leonardo Mattos (PV) questionou ainda a autorização do governo federal para exploração mineral em áreas de nascentes da Serra do Gandarela, que segundo ele alimentam alguns dos principais mananciais de água que abastecem a capital e a região metropolitana. Ressaltando a defesa dos interesses do povo mineiro, Mattos solicitou à bancada do PT que interceda junto à presidente Dilma para reverter o licenciamento.

Solicitação de esclarecimentos

Novo vice-líder do governo na Casa, Bim da Ambulância (PTN) lamentou a falta de chuvas e defendeu o projeto da PBH, alegando que os terrenos que abrigam as nascentes estão localizadas em outro município e atualmente estão ocupados por lixões. Reforçado pelas falas de Caixeta e Ventura, que também se pronunciaram contra a venda, Joel Moreira solicitou ao líder de governo que interceda junto ao prefeito Márcio Lacerda para que a proposta seja retirada. Foram apontadas ainda questões como as perdas verificadas no sistema e a demora da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) em admitir o problema.

Jorge Santos, Preto (DEM) e Pedro Patrus (PT) criticaram a postura da Copasa, que não teria reconhecido a gravidade do problema nas ocasiões em que o tema foi debatido em audiências públicas recentes na Câmara Municipal, quando a redução do nível dos reservatórios e a necessidade de medidas emergenciais para evitar o racionamento do recurso teria sido minimizada pela companhia. Apontando a contradição entre as afirmações anteriores da Copasa e o anúncio de um possível racionamento, Patrus e Caixeta pediram ao presidente da Casa, Wellington Magalhães (PTN), o agendamento urgente de uma reunião com a companhia para obter os devidos esclarecimentos.  Segundo o presidente, o encontro já foi solicitado.

Ciclovia no Barreiro

Outro tema abordado na reunião plenária foi implantação de uma ciclovia na Av. Barão de Monte Alto, no Bairro Cardoso, na Regional Barreiro. O vereador Juliano Lopes (SD) destacou a mobilização de moradores e comerciantes desfavoráveis à implantação do equipamento que, com o apoio de vereadores, conseguiram a suspensão das intervenções. A exemplo do colega, Adriano Ventura se declarou favorável à implantação dessas vias na cidade, mas defendeu um maior diálogo da BHTrans com moradores, comerciantes e ciclistas antes da definição dos locais e trajetos mais adequados.

Superintendência de Comunicação Institucional